Menu
Busca quarta, 24 de abril de 2024
Busca
(67) 3345-4200
Campo Grande
Previsão do tempo
30º
Notícias

Projeto vai apontar demandas e propor soluções para logística do Centro-Oeste

19 setembro 2012 - 21h53Por Agrodebate

Mapear toda a infraestrutura de transporte e logística de cargas no Centro-Oeste, identificar os gargalos e apontar projetos para solucioná-los. Esse é o objetivo do Projeto Centro-Oeste Competitivo, que foi apresentado nesta quarta-feira (19), na Casa da Indústria, em Campo Grande. A iniciativa é das confederações nacionais de Industria (CNI) e de Agricultura e Pecuária (CNA), da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja/MT) e da Associação Mato-Grossense dos Produtores de Algodão (AMPA) em parceria com as federações de Indústria e de Agricultura dos três estados da região e do Distrito Federal.

Segundo Olivier Roger Sylvain Girard, representante da Macrologística (empresa que elabora o estudo) e diretor técnico do projeto, a primeira fase da iniciativa, que tem um período previsto de nove meses para ser concluída, foi iniciada em julho. "Estamos na fase de diagnóstico, em que levantamos o que a região possui de infraestrutura, por exemplo, em rodovias, ferrovias e portos.

Depois avaliamos as condições de oferta e vamos propor alguns projetos para melhorar essa estrutura em razão da demanda atual e da futura", explica. Girard comenta que dentro do trabalho de diagnóstico, na próxima semana equipes da empresa vão começar a fazer visitas técnicas em Mato Grosso do Sul. Ele diz que os profissionais vão a partir deste trabalho identificar quais os municípios polos na produção de 54 produtos de 15 cadeias produtivas que englobam o agronegócio, a indústria e os extrativismos mineral e florestal. "Levantando essas informações, vamos saber qual a relevância dessa produção em âmbito estadual, regional e nacional e qual a demanda por transporte e logística nestas cidades", detalha.

O diretor do projeto revela que as demandas das cadeias produtivas que fundamentam o estado são: soja, petróleo e derivados, milho, ferro, química, açúcar e etanol, adubos e fertilizantes, madeira, veículos e autopeças, bovinos, avicultura, algodão, cobre,calcário e refrigerantes e bebidas.

Os setores, conforme ele, foram escolhidos com base na importância na balança comercial do Estado e na relevância que têm dentro dos macro segmentos. "Essas são as cadeias que demandam a maior infraestrutura de logística de cargas. Resolvendo os problemas deles, estaremos automaticamente beneficiando os outros segmentos econômicos", afirma.

Concluído o levantamento, Girard diz que o projeto entra em uma segunda etapa, uma fase propositiva. "Vamos sugerir alguns projetos e apontar quais têm de ser priorizados para atender as demandas. Queremos sugerir a transformação de sistemas de logística em algo muito mais amplo, em eixos integrados de desenvolvimento.

Todo este trabalho que está sendo feito pela iniciativa privada vem sendo acompanhado de perto pelo poder publico, que o encara, inclusive, como uma espécie de desdobramento do Plano Nacional de Logística e Transportes (PNLT) e que vai contribuir para nortear os novos investimentos na área, sejam, por parte do governo ou através de parcerias público-privadas (PPAs)", detalha.

O presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Eduardo Riedel, diz que a iniciativa do projeto é fundamental, porque a logística é atualmente o grande gargalo do agronegócio sul-mato-grossense. "Somente nesta safra colhemos mais de 11 milhões de toneladas de grãos. Temos uma grande produção de celulose, de açúcar e de etanol.

Mas não adianta sermos grandes produtores se não tivermos uma logística de transporte eficiente, porque perdemos competitividade. Já estamos no limite para isso. Se nos ciclos de alta de preços dos produtos esse problema acaba sendo assimilado, nos de baixa ele é mais sentido", alerta. Já o presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems), Sérgio Longen, ressalta que a realização do estudo representa uma mudança de mentalidade no setor produtivo. "Estamos tendo uma atuação proativa. Em vez de simplesmente esperarmos que o poder publico faça alguma coisa, vamos identificar os problemas, propor e cobrar soluções.

A indústria, em nosso Estado tem dois grandes gargalos a superar. A falta de mão de obra, que estamos enfrentando com a qualificação, e o outro é a logística, que abordamos com esse projeto.

Em nome da nossa competitividade não podemos mais aceitar que o custo do transporte de celulose de uma indústria em Três Lagoas ao porto de Santos, em São Paulo, seja praticamente o mesmo do porto de Santos a China, por exemplo", conclui. A previsão da Macrologística é que o projeto Centro-Oeste Competitivo seja concluído até abril de 2013. Além da região, a empresa já fez estudos semelhantes sobre a logística nas regiões Norte, Nordeste e Sul do País.