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Prejuízo da BRF recuou no 3º trimestre, e novo CEO fala em "virar o jogo"

Perda caiu pela metade ante o mesmo período de 2021 e ficou em R$ 137 milhões

10 novembro 2022 - 12h25Por Agência Safras
Prejuízo da BRF recuou no 3º trimestre, e novo CEO fala em "virar o jogo"

A BRF reportou hoje um prejuízo líquido de R$ 137 milhões no terceiro trimestre de 2022, ante perda de R$ 271 milhões em igual período do ano passado. O resultado negativo já era esperado por algumas casas de análise, como Citi e JP Morgan, mas representou uma melhora significativa em relação aos prejuízos da dona da Sadia nos dois trimestres imediatamente anteriores – R$ 468 milhões de abril a junho e R$ 1,5 bilhão de janeiro a março.

A receita líquida entre julho e setembro cresceu 13,4% em relação ao mesmo intervalo de 2021, e somou pouco mais de R$ 14 bilhões. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado alcançou R$ 1,4 bilhão, com aumento de 0,5%. A margem Ebitda foi de 9,8%.

O diretor financeiro da empresa, Fabio Mariano, destacou a geração de caixa, de R$ 1,3 bilhão, ou 41% a mais do que no segundo trimestre deste ano. Ele também citou a melhora de R$ 415 milhões no fluxo de caixa livre excluindo efeitos cambiais. A liquidez disponível está acima de R$ 12 bilhões, sendo R$ 9,3 bilhões em caixa.

O mercado aposta em Miguel Gularte, ex-CEO da Marfrig que assumiu o comando da BRF há 45 dias, para gerar sinergias industriais. Em sua primeira coletiva à frente da companhia, o executivo com mais de quatro décadas no setor de proteína animal foi direto: “Vim para fazer o que já fiz em outras companhias”, afirmou a jornalistas.

O CEO disse que a companhia tem muito a avançar em termos de execução comercial e logística. “Temos planos muito bem desenhados para cada ponto do nosso negócio, para o curto, médio e longo prazo”, garantiu. Gularte afirmou, também, que espera resultados positivos ao longo de 2023 – que, segundo ele, serão alcançados sem que se abra mão de vendas ou de participação de mercado. O executivo aposta que o arrefecimento do preço da carne bovina não prejudicará a demanda por produtos de suínos e aves, o coração da empresa.

“E já estamos trabalhando em habilitações para exportarmos a outros países, como vocês viram com a planta de Lajeado, para ter um balanceamento melhor entre os mercados interno e externo. Queremos performar melhor nos dois, para não ficarmos reféns”, afirmou. Mariano, por sua vez, destacou uma tendência de crescimento na demanda externa por carne suína e de peru, em decorrência de problemas sanitários nos Estados Unidos e na Europa, que devem diminuir a oferta nessas regiões.

“Estamos trabalhando imensamente para habilitar unidades de produção e capitalizar essa oportunidade”, disse. O mercado brasileiro respondeu por R$ 6,8 bilhões da receita líquida da companhia e por R$ 458 milhões do Ebitda, uma evolução de 15% em comparação com o trimestre de março a junho. A companhia destacou um aumento no número de clientes e dos volumes de compra individuais.

Já os negócios externos trouxeram R$ 6,54 bilhões em receita para a dona da Sadia, um crescimento de 20% em relação ao mesmo período do ano passado. O desempenho foi puxado pelo aumento das margens das exportações para China, Coreia do Sul e Japão.