O mercado físico do boi gordo segue firme, com poucas negociações e praticamente sem mudanças nas cotações nas praças brasileiras, informa a Agrifatto.
Segundo a consultoria, as escalas de abate dos frigoríficos brasileiros atendem oito dias úteis, o que mantém certa pressão de baixa por parte das indústrias, que atualmente operam principalmente com animais de confinamentos próprios ou oriundos de parcerias.
Ainda assim, diz a Agrifatto, muitos pecuaristas resistem às ofertas de compra dos frigoríficos, favorecidos pela recuperação das pastagens, o que possibilita reter o gado por mais tempo na fazenda.
Pelos dados da consultoria, em São Paulo, o boi gordo seguiu valendo R$ 322,50/@ (média entre o animal sem padrão-exportação e o animal-China) nesta segunda-feira (24/11), enquanto a média de preço nas outras 16 praças monitoradas ficou em R$ 306,10/@.
Segundo o levantamento diário da Scot Consultoria, no mercado paulista, o boi gordo sem perfil para o mercado chinês segue cotado em R$ 320/@, o “boi-China” em R$ 325/@, a vaca gorda em R$ 302/@ e a novilha terminada em R$ 312/@ (todos valores brutos, no prazo).
No mercado externo, relata a Agrifatto, permanece o risco de a China adotar salvaguardas – como tarifas ou cotas – capazes de reduzir o volume de exportações brasileiras de carne bovina.
Porém, continua a consultoria, a retirada do tarifaço retaliatório de 40% pelos EUA sobre a proteína in natura trouxe alívio imediato aos exportadores brasileiros.
“A retomada plena do mercado norte-americano amplia o potencial de embarques e ajuda a sustentar as cotações do boi gordo, servindo como contraponto às possíveis restrições chinesas”, destaca a Agrifatto.
Por sua vez, internamente, a demanda pela carne bovina permanece firme, sustentada pelo pagamento da primeira parcela do 13º salário e pela aproximação das festas de fim de ano (quando cresce consideravelmente a busca pelos cortes típicos para churrasco), acrescenta a consultoria.
Tal conjuntura, reforça a Agrifatto, contribui para a manutenção das cotações do boi gordo – pelo menos enquanto o mercado aguarda definições mais claras sobre as decisões do governo da China em relação às medidas de salvaguarda.
Balanço da última semana
O indicador Datagro (praça paulista) apresentou recuo no fechamento semanal, encerrando a sexta-feira (17/11) com valor médio de R$ 320,31/@, com ligeira queda de 0,53% em comparação com o preço médio da sexta-feira anterior (10/11), de R$ 322,02/@.
No mercado futuro, apesar da queda dos valores de ágio em relação aos patamares de premiação observados no início de novembro/25, a última semana retomou o viés otimista, com os contratos futuros do boi gordo se valorizando de forma unificada, destaca a Agrifatto.
“Enquanto o mercado físico ainda refletiu ajustes técnicos e escalas confortáveis ao longo da semana, os contratos futuros reagiram com euforia à notícia do fim da taxação de 40% pelos Estados Unidos”, relata a Agrifatto.
Todos os contratos do boi gordo apresentaram valorização semanal na sexta-feira (17/10), com destaque para os meses mais distantes.
Novembro/25 encerrou a sessão da B3 em R$ 322,50/@ (+0,99% sobre o preço de 11/10), dezembro/25 fechou em R$ 322,50/@ (alta semanal de 0,67%), janeiro/26 em R$ 331,40/@ (+2%) e fevereiro/26 em R$ 333,80/@ (+2,19%).
Com isso, nos contratos mais distantes, o mercado futuro segue com ágio (em relação aos preços do boi no mercado físico), chegando a R$ 13,49/@ (contrato de fevereiro/26).
“Esse prêmio mais alongado reflete a precificação de uma oferta restrita de animais para o início do próximo ano”, justifica a Agrifatto.




