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Preço em alta de grãos vira um pesadelo para os criadores de porcos

09 julho 2012 - 03h07Por GR
Preço em alta de grãos vira um pesadelo para os criadores de porcos

 Para alimentar mais de 10 mil animais no período de engorda e terminação, que dura cerca de 90 dias, o criador de suínos, Thiago Miranda, de Patrocínio, MG, no Alto Paranaíba, utiliza mais de três mil toneladas de ração. O preço alto dos grãos está tirando o sono do criador.

"Nesse custo de produção o que está mais pesando pra nós produtores hoje é essa disparada da soja. No ano passado, nós comprávamos soja nesse mesmo período a R$ 580 a tonelada. Esse ano já esta em R$ 1.200. Então, quer dizer, mais do que dobrou o produto soja e pesa muito isso na nutrição do animal", diz Miranda.

De acordo com a Embrapa, os alimentos são responsáveis por 70% do custo de produção dos suínos. Desse total, 19% é soja, 46%, milho e os 5% restantes são suplementos. De um ano para cá, o custo da alimentação subiu 10,8%.

Além do aumento no custo de produção, o que preocupa os criadores de suínos emMinas Gerais, é a queda, desde janeiro, no valor recebido pelo quilo do animal vivo. “Desde o início do ano essa desvalorização chegou a 50%”, diz Thiago Miranda. ”Nós recebíamos em janeiro R$ 3,40 pelo quilo, depois veio caindo pra R$ 2,90, R$ 2,40 e hoje nós estamos em R$ 2,20 pelo quilo. O custo continua em patamares elevados a mais de R$ 2,60.”

Mesma situação vive o criador Valder Caixeta, de Patos de Minas. Para tentar diminuir o prejuízo, o criador está reduzindo a quantidade diária de ração e mandando os animais mais cedo para o abate.

"Em épocas normais nós comercializamos a 120kg o animal vivo. Hoje dentro dessa situação temos que comercializar a 95kg, porque o animal, quanto menor, mais eficiente para converter ração em músculo. Então é vender ele mais novo. Ai fica mais próximo de empatar dentro da situação de hoje", explica Valder Caixeta, suinocultor.

Por causa da crise, vários municípios de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul já decretaram situação de emergência. Os produtores planejam se manifestar em Brasília na quinta-feira (12), para chamar a atenção do governo.