Menu
Busca terça, 23 de abril de 2024
Busca
(67) 3345-4200
Campo Grande
Previsão do tempo
24º
Notícias

Preço do feijão atinge valor histórico

29 setembro 2010 - 00h00Por Gazeta do Sul

 principalmente a falta de umidade e altas temperaturas, provocaram a elevação do preço ao produtor. Nessas áreas, em apenas dez dias, houve aumento de 73% na cotação da leguminosa. Com isso, o produto de melhor qualidade atingiu R$ 200,00 o saco de 60 quilos. A constatação é do consultor técnico José Francisco Telöken, de Arroio do Tigre, que acompanha diariamente o mercado. Ele alerta os agricultores da região, afirmando que o valor poderá chegar a R$ 300,00, novo recorde histórico.

O consultor técnico explica que os problemas climáticos no centro do País trarão como reflexo o aumento considerável no preço do feijão preto produzido no Rio Grande do Sul. Explica que nos últimos dois anos os agricultores amargaram a média de preço de R$ 60,00 pelo saco, considerado abaixo do mínimo e do custo de produção. Lembra ainda que, devido aos preços baixos nos últimos dois anos, os agricultores reduziram a área de plantio na maioria das regiões produtores do Brasil. “O desânimo foi grande”, observa.

Com os baixos preços das últimas safras, conforme Telöken, os produtores não se prepararam para a ampliação da área de cultivo. Afirma que a previsão inicial apontava o cultivo de apenas 1,5 mil hectares nos nove municípios da região Centro-Serra, enquanto na safra do ano passado atingiu 3 mil hectares. Em Arroio do Tigre, segundo maior produtor do grão no Estado, a expectativa apontava o plantio de 800 hectares, enquanto no ano passado chegou a 1,2 mil.

INCENTIVO

A principal época de plantio da nova safra se estende até o final de outubro. Devido à cotação favorável, o consultor técnico recomenda o aumento no cultivo. Observa que as condições climáticas na região são favoráveis atualmente, enquanto no Brasil Central e na Bahia a maioria dos produtores não poderá fazer o plantio em função da falta de umidade.

O consultor técnico ressalta que os estoques de feijão que ainda existem não serão suficientes para segurar a alta dos preços. A orientação aos produtores é fazer o plantio o quanto antes para fugir de possíveis problemas com a falta de chuva em função do fenômeno La Niña nos meses de verão. “Quem planta agora já poderá colher em dezembro e janeiro, quando o preço estará alto. Esta é a vez de ganhar dinheiro”, afirma Telöken. Ele prevê a normalização do preço em apenas oito meses, após o retorno das condições climáticas favoráveis no Centro do País.

O plantio em todo o Estado na última safra totalizou 70 mil hectares, bem abaixo do normal de 130 mil hectares, com uma diminuição de área em torno de 47%. O baixo estoque também deverá atingir o consumidor, conforme previsão de Telöken, com a elevação do preço dos produtos nos mercados, podendo chegar ao redor de 50%.