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Plano quer evitar que cerrado "vire carvão" até 2012

16 março 2010 - 00h00Por Campo Grande News, por Marcio Breda.

Lançado hoje pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Cerrado pretende reduzir em 40% o desmatamento até 2012. A meta faz parte de um compromisso assumido pelo Brasil com a ONU (Organização das Nações Unidas).

Segundo o Ministério, a devastação do Cerrado tem ligação direta com a expansão do agronegócio no centro-oeste brasileiro. A idéia do Plano é incentivar práticas sustentáveis, semelhantes às já implantadas na Amazônia. Após 2013 o Plano prevê a restrição de crédito para empresas e siderúrgicas que não trocarem sua matriz energética por madeira de origem certificada de florestas plantadas.

"É perfeitamente compatível você aumentar a produção de alimentos e a exportação agrícola e impedir que o cerrado seja destruído, até porque lá está a biodiversidade, lá estão as nascentes das principais bacias hidrográficas. Se o cerrado for destruído, vai faltar água para a irrigação do agronegócio e vai faltar água para energia renovável", disse Minc durante apresentação do Plano.

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, apesar de a principal causa de desmatamento na região ser a prática da pecuária extensiva, as atividades agrícolas no cerrado, principalmente de soja, cana-de-açúcar e carvão vegetal, apresentam uma expansão mais acentuada. Os incêndios ambientais resultantes da ação humana também são responsáveis pela degradação do bioma.

“O cerrado está sendo devastado. Temos que ter medidas muito fortes de fiscalização, de impedir que o a vegetação vire carvão", afirmou Carlos Minc.

Números – O cerrado ocupa 24% do território nacional e é responsável por 70% da vazão das bacias do Araguaia-Tocantins, São Francisco e Paraná-Paraguai. Segundo o ministério, reúne também 5% de toda a biodiversidade mundial.

Até 2008, 47,84% de área original do cerrado já tinha sido desmatada. A média de desmatamento do Cerrado registrada entre 2002 e 2008 foi aproximadamente o dobro da taxa registrada na Amazônia em 2008, que foi a menor obtida desde o início das medições feitas pelo ministério.

O Brasil se comprometeu no ano passado a reduzir suas emissões de gases causadores do efeito estufa em até 38,9% até 2020, o que inclui o compromisso de reduzir o desmatamento, que corresponde pela maior parte das emissões do país. (Com reportagem de Bruno Peres)