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Perdas de R$ 1,47 bi com a ferrugem asiática da soja em MT

26 janeiro 2010 - 00h00Por Diário de Cuiabá, por Marcondes Maciel.

Os prejuízos com a ferrugem asiática da soja – considerada o principal terror dos sojicultores mato-grossenses – podem chegar a R$ 1,47 bilhão na safra 2009/10, contra R$ 1,01 bilhão da safra anterior (incremento de 45,54%). O alerta foi feito ontem pelo gerente técnico da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Luiz Nery Riba, ao divulgar os números da ferrugem asiática no Estado.

De acordo com o levantamento, o número de casos confirmados assusta. Só nesta safra já são 195 registros, ante os 30 até à mesma época do ano passado (24 de janeiro), incremento de 550%.

Este ano foram coletadas 2.692 amostras e, em 2009, 1.925. A região com o maior número de focos é o Sul (125 casos), seguido do Norte (38), Oeste (29) e, Leste, 3. O município com a maior incidência é Itiquira (357 Km ao Sul de Cuiabá), com 34 casos. Depois aparecem Alto Taquari, também na região Sul, com 20 registros, Guiratinga (19), Pedra Preta, Sinop e Sorriso, cada um com 12 casos, Campos de Julho (11), Campo Novo do Parecis (9), Sapezal (5), Tangará da Serra (4), Lucas do Rio Verde e Diamantino, com 3 cada, Barra do Garças (2) e, Nova Xavantina, 1.

Os números da ferrugem são os maiores dos últimos anos e deixam os produtores apreensivos. Afinal, por conta de um maior número de casos e, provavelmente, pela aplicação de pelo menos uma dose a mais de fungicida, a rentabilidade poderá ser comprometida.

"No ano passado, plantamos 5,8 milhões de hectares e fizemos, em média, 2,5 aplicações por hectare", conta Nery. O total de aplicações chegou a 14,5 milhões, gerando um prejuízo de R$ 1,015 bilhão para o produtor. Para este ano, com a previsão de 6 milhões de hectares cultivadas e 3,5 aplicações/ha, a média pode chegar 21 milhões aplicações, totalizando um desembolso de R$ 1,470 bilhão.

"Realmente o cenário é de muita preocupação e estamos recomendando aos produtores máxima atenção para evitar a disseminação da doença para lavouras ainda não infestadas", afirma Nery Ribas.

De acordo com o coordenador de Defesa Sanitária Vegetal do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea), Carlos Roberto Gomes Ferraz, este ano a ferrugem avançou em função da antecipação do plantio e à ocorrência de maior volume de chuvas, o que favoreceu a pressão do fungo e a sua disseminação pelo vendo, após a colheita da soja precoce.

2008/2009 – Na safra 2008/09 foram confirmados 329 casos de ferrugem, contra 302 em 2007/08. O número de municípios com a presença da doença também aumentou: passou de 22 para 38, aumento de 72,72% de um ano para o outro. Em Mato Grosso, o número de amostras colhidas aumentou 69,21%, passando de 1,88 mil, em 2008, para 3,18 mil este ano. A cobertura nos municípios também foi maior em 2008.

O município com o maior número de casos registrados na safra 2008/09 foi Campo Novo do Parecis (50), seguido de Primavera do Leste e Campos de Júlio (com 35 focos cada), Canarana e Campo Verde (24 focos), Nova Mutum (19), Sorriso (17), Querência (11) e Diamantino.

FERRUGEM - A ferrugem asiática é uma doença provocada por um fungo que ataca as folhas da soja e reduz o processo de fotossíntese da planta, causando perda de produtividade durante o período de "enchimento" do grão. A proliferação é muito rápida e, se não houver controle imediato, a doença pode se espalhar por toda a lavoura.

Segundo os agrônomos, a época propícia para o ataque da ferrugem é quando há ocorrência de chuvas e sol quente.

A única forma de combater e controlar a ferrugem é através da aplicação de fungicidas.