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Percevejo castanho está destruindo as pastagens em Mato Grosso do Sul

20 dezembro 2010 - 00h00Por Correio do Estado

Mais de 40% das pastagens da região Norte de Mato Grosso do Sul já podem estar infectadas pelo Percevejo Castanho que, ao alimentar-se das raízes de algodão, cana, arroz, amendoim, milho e feijão, provoca a morte das plantas, causando graves prejuízos aos produtores rurais. Mais recentemente, foi constatada a incidência também em pastagens, o que se verifica em abrangência preocupante em municípios do norte do Estado, como Pedro Gomes, Coxim e também no Pantanal. Uma propriedade onde muito pasto já secou e morreu é a Fazenda Chimarrão, próxima ao Rio Piquiri, no Pantanal de MS.

O alerta sobre os prejuízos que começam a surgir nas propriedades rurais foi feito na última quinta-feira pelo assessor-técnico da Famasul - Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul, engenheiro-agrônomo Lucas Galvan.

Segundo ele, o Percevejo Castanho normalmente atacava lavouras e em maio de 1996, a Embrapa Gado de Corte publicou uma nota técnica esclarecendo sobre a ocorrência do Percevejo Castanho em Pastagens.

“O Percevejo Castanho fica no solo e ataca as raízes, sugando a seiva das plantas, secando-as e causando até a morte completa da planta” explicou Galvan. E além do prejuízo que os produtores rurais têm com a perda do pasto, ainda surgem as plantas daninhas, exigindo mais gastos para combatê-las.

O combate dessa praga, no entanto, é mais fácil nas áreas de lavouras, de grãos, porque na hora do plantio, com o revolver da terra na hora do preparo da safra, e posteriormente com a aplicação de inseticidas, o percevejo acaba sendo eliminado. No entanto, nas pastagens é mais complicado, e para combater esse inseto é necessário o trabalho de reforma da pastagem, que tem custo significativo com a compra de sementes, passagem do arado e grade no solo e a aplicação posterior do inseticida. “Isso representa um custo muito alto para os pecuaristas”, afirma Galvan que sugere um debate mais aprofundado desse assunto envolvendo as Embrapas, as Fundações, a Agraer e todos os órgãos ligados ao setor agropecuário.

E se não houver um combate mais eficiente dessa praga, corre o risco da incidência do Percevejo em mais áreas, atingindo outras regiões de pecuária do Estado.

O presidente do sindicato rural de Pedro Gomes, José Roberto Scalabrini, em contato telefônico com o Correio Rural & Negócios garantiu que “já morreu muito pasto. E a praga está atingindo não apenas terra arenosa como historicamente acontecia. Também está matando pastagens em terras argilosas aqui na região Norte do Estado”, afirmou. Assegura, também, que há o registro do Percevejo Castanho em muitas pastagens pantaneiras, como é o caso da Fazenda Chimarrão, próxima ao Rio Piquiri.

Nas regiões mais secas, onde é menor a incidência de chuvas e de umidade, o inseto se prolifera mais. Scalabrini afirmou que já tem cavado a terra para identificar em que níveis o inseto está instalado na região. “Já cavamos até um metro e meio no solo e há regiões que encontramos 120 insetos e em outras até mais de 1.000 insetos por metro quadrado”, afirmou o presidente do Sindicato Rural de Pedro Gomes. Ele acredita que a incidência já atinja de 30% a 40% da região Norte do Estado.