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PECUÁRIA PELO MUNDO

Pela 1ª vez na história EUA, Brasil e Austrália estão entrando na mesma fase do ciclo pecuário

Na visão do analista norte-americano Dennis Smith, "a retenção maciça de novilhas nos três países reduzirá substancialmente a oferta global de carne bovina durante alguns anos"

21 agosto 2025 - 16h35Por Abrafrigo | Associação Brasileira de Frigoríficos
Pela 1ª vez na história EUA, Brasil e Austrália estão entrando na mesma fase do ciclo pecuário

A queda na produção de carne bovina dos EUA durante o quarto trimestre deste ano e ao longo do primeiro semestre de 2026 “será drástica”, antecipou o analista norte-americano Dennis Smith em artigo publicado no Beef Magazine. O primeiro semestre deste ano registrou apenas uma pequena redução na produção de carne bovina dos EUA, “mas isso está mudando rapidamente”, diz Smith.

Até o momento, a alta recorde dos preços do boi à vista foi impulsionada pela forte demanda por carne bovina dos EUA. “Daqui em diante, a alta contínua dos preços do boi à vista será impulsionada principalmente pela queda da produção”, prevê o analista.

“Com os preços da carne bovina no varejo norte-americano atingindo novos recordes em algum momento do próximo ano, a oferta limitada de carne bovina terá que ser racionada. Não haverá carne suficiente para todos; os preços altos forçarão muitos a renunciar à proteína”, disse Smith.

Segundo o analista, pela primeira vez na história moderna, os três principais países exportadores de carne bovina – EUA, Brasil e Austrália – estão entrando na mesma fase do ciclo pecuário. “Os três países vêm liquidando o rebanho e se preparando para iniciar a expansão; essa retenção maciça de novilhas nos três grandes exportadores reduzirá substancialmente a oferta global de carne bovina durante alguns anos”, relatou Smith.

]Texto divulgado recentemente pela Bloomberg reforça as previsões do analista norte-americano. A oferta total de carne bovina nos EUA deve cair 2,5% em 2026, para 31,1 bilhões de libras, o menor nível desde 2019, de acordo com nova previsão do Departamento de Agricultura dos EUA. “Essa queda ameaça elevar ainda mais os preços recordes da carne bovina com as tarifas limitando a capacidade dos importadores de amenizar o impacto”, alerta a reportagem da Bloomberg.

O texto ressalta que, durante anos, os pecuaristas norte-americanos vêm abatendo vacas, um reflexo da combinação de uma seca persistente e de altos custos dos ingredientes da nutrição bovina. “Os preços recordes de animais para abate alimentaram as expectativas de que os pecuaristas dos EUA começarão a reconstruir o rebanho em 2026, mas isso restringiria ainda mais a oferta no curto prazo, já que os produtores precisariam reter mais fêmeas para reprodução em vez de enviá-las aos frigoríficos”, relatou a reportagem.

Na avaliação do analista Dennis Smith, a oferta de carne bovina alimentada com grãos cairá substancialmente nos EUA. “Enquanto a maior parte dos animais dos EUA é alimentada com grãos, a produção brasileira e australiana de carne bovina oriunda de bovinos confinados é de apenas 20% e 4%, respectivamente”, observa Smith, que acrescenta:

“Os preços da carne bovina de primeira qualidade de animais alimentados com grãos atingirão níveis recordes históricos”.