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MERCADO

Pecuaristas seguram boiada esperando vender lotes com preços mais atrativos

Movimento mais acelerado da demanda doméstica pela carne bovina reforçaria ainda mais a expectativa de avanço nos preços da arroba no curto prazo

11 março 2022 - 07h31Por DBO Rural

Nesta quinta-feira, 10 de março, os preços do boi gordo registraram estabilidade na maioria absoluta das praças brasileiras, informaram as consultorias que acompanham diariamente o comportamento do setor pecuário.

Porém, a enorme escassez de ofertas de boiadas gordas e o ritmo forte das exportações de carne bovina favorecem a estratégia dos pecuaristas em segurar os animais nas fazendas à esperada de cotações ainda mais altas.

“A queda de braço entre compradores e vendedores está acirrada e deve limitar baixas na arroba, com os pecuaristas aproveitando a possibilidade de segurar os animais em pasto, visando maiores remunerações”, reforça a médica veterinária Sophia Honigmann, analista de mercado da Scot Consultoria.

Em fevereiro/22, as exportações de carne bovina in natura bateram um novo recorde para o mês, alcançando 159,10 mil toneladas, um forte avanço de 56% sobre o resultado registrado em igual mês do ano passado.

Os analistas do setor também acreditam em alguma reação no consumo interno de carne bovina nos próximos dias, puxada pela entrada dos salários nas contas dos trabalhadores e também pelos aumentos recentes nos preços das proteínas concorrentes, sobretudo o frango, que subiu quase 15% no atacado nas duas últimas semanas.

Um movimento mais acelerado da demanda doméstica pela carne vermelha reforçaria ainda mais a expectativa de avanço nos preços da arroba no curto prazo. Segundo apuração da Scot Consultoria, após três dias de alta consecutiva, a cotação do boi gordo no interior de São Paulo ficou estável nesta quinta-feira.

“As escalas de abate dos frigoríficos paulistas avançaram e atendem, em média, 11 dias”, informa a Scot. Os preços de referência para boi, vaca e novilha gordos no mercado de São Paulo estão em R$ 342/@, R$ 300/@ e R$ 332/@ (valores brutos e a prazo), segundo a consultoria.

O ágio para bovinos que se encaixam no padrão de exportação gira entre R$ 15/@ a R$ 20/@ em São Paulo, acrescenta a Scot. Na média das 32 praças monitoradas pela Scot Consultoria, a cotação do boi gordo subiu 0,5% no período de sete dias, com destaque para Goiânia-GO (3,3%), Rondônia (1,7%) e São Paulo (1,2%).

Na avaliação dos analistas da IHS Markit, o quadro de oferta do boi gordo apresenta condições distintas entre as regiões brasileiras. Nas praças do Sudeste, as indústrias da região sentem mais dificuldade em encontrar bons lotes de animais gordos, sobretudo com padrão para atender o mercado da China, que só compra animais abatidos mais jovens, geralmente com idade abaixo dos 30 meses.

Segundo a IHS, os frigoríficos que possuem unidades de abate no Sudeste, sobretudo em São Paulo, têm buscado animais terminados nos Estados vizinhos e também em locais mais distantes, como nas praças do Maranhão, Tocantins e Pará.

“Essas movimentações para outras áreas do País resultou em uma folga momentânea nas escalas de abate de frigoríficos paulistas”, relata a IHS, acrescentando que há cerca de duas semanas os volumes não eram compatíveis para preencher programações de abate acima de cinco dias. Neste momento, continua a consultoria, há relatos de indústrias paulistas que avançam as suas escalas de abate para além de 20 de março.