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Pecuaristas de MS investem na criação do boi orgânico

08 dezembro 2009 - 00h00Por Globo Rural

Pecuaristas de Mato Grosso do Sul começaram a investir, nos últimos anos, na criação do boi orgânico. O gado é tratado sem o uso de medicamento e seguindo as práticas de bem-estar animal. O resultado de todo esse processo é um preço melhor na hora de vender a carne.

A instância é dividida em piquetes. Cada um tem no pasto um ou dois animais por hectare. São cerca de 150, no máximo, que pastam no braquiarão ou no tanzânia até as pontas das folhas maiores acabarem. É onde está a maioria dos nutrientes. Depois, trocam de lugar na tranqüilidade, sem gritos nem pressa.

Todo gado é tratado com homeopatia e fitoterapia. Nas doenças mais graves entram os medicamentos tradicionais, mas nesses casos o animal sai do sistema. As vacinas são obrigatórias. Dos oito mil animais criados no ano passado apenas 120 ficaram doentes. Esse é o resultado da lida diferenciada, a começar pela pionada. São pantaneiros experientes.

Um dos peões é o Carlos Nantes, com o cavalo ensinado no jeito, faca na cintura, celular e caderneta nas mãos. Na estância, cada um dos oito peões leva um livrinho de apontamentos, o que diferencia a criação do gado.

A caderneta é padronizada. As informações de cada animal são anotadas e depois repassadas para o veterinário Marcelo de Barros, responsável pela gestão. Tudo é registrado no computador. São informações como o dia a dia, a medicação, os problemas e o peso dos animais.

“A gente tem a segurança de que esse produto não tem nenhum resíduo de produto químico”, explicou Barros.

Com muita sombra e tranqüilidade cresce o boi orgânico na fazenda. As 2,7 mil cabeças são engordadas com o pasto a vontade e sem estresse. O preço no frigorífico também é um pouco mais alto. É sempre 10% maior em relação ao valor do boi gordo em vigência. Mas, segundo o proprietário da estância, o sabor da carne não é diferente.

“A pastagem orgânica não é diferente de outra pastagem. Então, eu não acho correto dizer que nossa carne tem um gosto diferente. O que a gente proporciona, com certeza, é m alimento saudável”, disse o criador Leonardo Leite de Barros.

As nascentes e matas nativas são cercadas. Cada piquete tem uma grande quantidade de árvores. É o boi que faz a rotina. A estância também foi auditada por fiscais do Ministério da Agricultura para exportar para a União Européia. Hoje em Mato Grosso do Sul existe uma associação de pecuaristas orgânicos. São 16 produtores, vinte e duas fazendas, por volta de 55 mil cabeças inseridas no sistema. É carne exportada para os países árabes. Aprovada a fazenda para exportação, o boi orgânico brasileiro será vendido para quatro países europeus.

O sistema orgânico é certificado e controlado pelo Instituto Biodinâmico de Botucatu, em São Paulo, que audita a situação do meio ambiente, a qualidade da água e o bem-estar dos animais.