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Pecuaristas criam frente contra monopólio e forçam JBS a vender frigoríficos

08 junho 2012 - 13h29Por Correio do Estado. de 7.6.2012

Em movimento inédito para o segmento, os representantes dos pecuaristas de todo o País se mobilizaram e criaram a Frente Nacional da Pecuária (Fenapec), entidade independente para representar a classe. Criada politicamente – ainda faltam o registro formal – na última segunda-feira, a Frente já conseguiu sua primeira vitória contra o chamado “monopólio da carne”: o compromisso público do grupo JBS de vender plantas frigoríficas inativas, ou que a empresa não se interesse em reativar para o abate.

 
A Fenapec é resultado direto da mobilização dos criadores contra o que chamam de “monopólio da carne”, ou seja, a concentração do abate bovino na mão de poucos frigoríficos. Os pecuaristas veem problemas com a concentração, como a possibilidade de manipulação de preços, que já gerou a 
queda do valor da arroba do boi em 10,5%.
 
O primeiro compromisso dos membros da Fenapec foi uma reunião com o JBS – grupo que iniciou 
2012  com forte expansão, e um dos “acusados” pelo supost o monopólio. Após o encontro, o presidente do JBS, Wesley Batista, afirmou que o grupo vai realizar um estudo de seis meses, quando irá analisar todas as suas plantas frigoríficas. “O que eles não forem usar, se comprometeram a vender”, afirmou Francisco Maia, presidente da Associação dos Criadores de MS (Acrissul), uma das entidades criadoras da Fenapec.
 
A Frente e o JBS também se comprometeram a criar uma “agenda positiva” de negociações, que vai abranger todos os temas relevantes para criadores e frigoríficos. “Essa reunião (de segunda-feira) foi, com certeza, o maior avanço nas negociações entre pecuaristas e a indústria”, opinou Maia, também lembrando da “Carta de Campo Grande”, documento assinado na Capital sul-mato-grossense, por dez entidades, cobrando medidas do Governo federal e órgãos competentes contra a recente concentração dos abates.
 
Regulação
Outro marco na discussão no segmento é a criação de uma agência de regulação da pecuária. 
O tema parece ser de interesse de dois lados da cadeia da carne: pecuaristas e indústria frigorífica. Isto porque, para eles, quem mais ganha com a carne bovina no Brasil são os supermercados.
 
“Os varejistas ganham 30%, 50%, até 60% de lucro. Enquanto isso os frigoríficos dizem que ganham 1%, 2% e nós (pecuaristas) temos que lidar com um custo de produção cada vez maior”, frisou Maia.
 
A agência reguladora poderia ser compostas de duas maneiras: ou como um braço do Governo federal, ou então formada por membros independentes, como representantes dos criadores, das indústrias, de universidades, de institutos e outros.
 
A função da agência seria de controlar toda a cadeia da carne, estabelecendo diretrizes e normas 
a serem seguidas, para que nenhum dos pontos envolvidos acabem sendo prejudicados, em detrimento de outros.