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Parceria consolida primeiro clone zebuíno com registro no mundo

07 dezembro 2009 - 00h00Por Agrolink

A bezerra da raça Nelore registrada como Divisa Mata Velha TN 1 inaugurou uma nova e importante fase na pecuária brasileira. Trata-se do primeiro clone zebuíno com registro no mundo outorgado pela ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu). A bezerra, nascida em 1º de setembro deste ano, é clone da vaca Divisa Mata Velha (BR 1000), animal de alto valor genético, cujas crias chegam a custar R$ 2 milhões. Além de ser o primeiro clone a obter registro no Brasil, Divisa carrega ainda outro importante predicado, é fruto de mais uma parceria público-privada bem sucedida entre a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e a Brasif S/A Administração e Participações, firmada em 2006.

A bezerra foi clonada no laboratório Geneal, na cidade de Uberaba, MG, que é resultado da parceria entre as duas instituições. O laboratório de ponta tem estrutura para desenvolver as mais modernas pesquisas na área de biotecnologia da reprodução animal, como: produção de embriões in vitro, clonagem de bovinos e genotipagem (exame de paternidade animal por análise de DNA).

O caminho - Em maio deste ano, o Mapa (Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento) autorizou as associações de criadores a efetivarem o registro dos animais clonados. Esse registro oferece mais segurança aos criadores e parceiros comerciais do Brasil porque as exigências são rigorosas. “Por exemplo, um clone só recebe registro definitivo quando demonstra a viabilidade de seus espermátozóides e óvulos”, ressalta Rodolfo Rumpf, pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. Vários estudos demonstraram que a estabilidade genética dos descendentes de um clone é exatamente a mesma dos descendentes do animal que foi clonado.

O pesquisador explica ainda que há um projeto de Lei de autoria da Senadora Kátia Abreu, tramitando no Senado Federal, que regulamenta a produção de clones no Brasil. “O projeto de lei reforça a atual legislação e vai além, principalmente no que diz respeito à propriedade do material genético”.

Escala industrial - O nascimento de “Divisa” é um resultado importante dos esforços conjuntos entre a Embrapa e a Brasif, mas o objetivo das instituições é que o laboratório Genal esteja apto para clonar animais em larga escala num período de até cinco anos.

As tecnologias de reprodução animal têm grande impacto no setor produtivo, pois têm resultados diretos na melhoria do rebanho, através do melhoramento animal e do conseqüente aumento de eficiência na produção.

Dentre essas técnicas, a clonagem por transferência nuclear é uma das evoluções mais significativas pelo grande potencial de impacto na pecuária brasileira, a partir da multiplicação de animais de elevado valor genético.

A parceria com empresas privadas é determinante para o aprimoramento das tecnologias desenvolvidas pela Embrapa e também para fazer com que cheguem mais rápido ao setor produtivo. Além disso, resultam em royalties para a Empresa. Segundo o pesquisador, “esse laboratório é um grande passo para a pesquisa, desenvolvimento e inovação em biotecnologia de ponta e vai resultar em grandes benefícios para a competitividade da pecuária brasileira”.

Pioneirismo - A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia é pioneira no desenvolvimento de clones bovinos no Brasil: em 2001, desenvolveu o primeiro clone bovino da América Latina: a fêmea bovina da raça Simental “Vitória da Embrapa”; em 2003, mais um animal foi clonado: “Lenda da Embrapa”, da raça Holandesa, foi desenvolvida a partir de células de um animal morto; em 2005, nasceram “Porã” e “Potira”, clones da raça Junqueira, atualmente em alto risco de extinção, com menos de cem animais em todo o Brasil. O nascimento das bezerras representa uma esperança de salvação para essa raça no país. Todos os clones já têm crias, o que comprova o seu bom potencial reprodutivo e habilidade materna. As informações são de assessoria de imprensa.