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O campo dentro da cidade

16 setembro 2009 - 00h00Por Folha do Fazendeiro

Para quem vem de cidades maiores, a organização e arborização de Campo Grande já são características de interior, ou melhor, de ‘cidade do interior’. Mas quem já está habituado a sua rotina talvez não perceba o quanto a Capital tem de rural na sua área urbana.

São propriedades que mantém perfil e atividades rurais, normalmente explorando a economia agrícola ou adaptando as potencialidades desses locais ao gosto do cidadão pelas coisas do campo. A região da nascente do córrego Bandeira é um exemplo. Em área urbana, há poucos minutos de uma das mais movimentadas vias de Campo Grande - a Eduardo Elias Zahran - a região tem propriedades que bem poderiam estar na zona rural. É ali que fica o Recanto Vô Duca, uma chácara de cerca de um hectare que há mais de 50 anos está com a família. Com galinhas circulando livremente pelo pátio, a propriedade é bastante rústica e recebe em média 80 pessoas por dia nos finais de semana, tanto freqüentadores como grupos de eventos.

Diariamente a proprietária Kátia Regina Alves Garcia também serve almoço, com direito a sobremesa de doces caseiros. “Começamos servindo para os amigos, há cerca de quatro anos”, conta Kátia, que além de gerenciar a propriedade, é servidora municipal e vem todos os dias ‘para a cidade’ trabalhar. Além de rural, o negócio é familiar, pois a ajuda na cozinha para atender aos freqüentadores vem mesmo das filhas e da cunhada.

O cunhado, Eduardo Figueiredo Garcia, é dono da propriedade ao lado. Em dois hectares, cria 15 cavalos na cocheira, os quais são treinados na pista improvisada da propriedade. Se o perfil das propriedades são rurais, o plantel de animais de raças como quarto de milha, árabe, manga larga e andaluz tiram do local o sossego característico. “Mantenho um guarda noturno só para cuidar dos animais”, conta Garcia, lamentando a desvantagem da localização em área urbana.

Do outro lado do Recanto Vô Duca, Rodrigo Teles da Silva manobra um pequeno trator revirando um pedaço de terra descoberto, ao lado de fieiras de alface, couve, rúcula e brócolis. Na propriedade de dois hectares, Rodrigo cultiva todo tipo de hortaliças que não chegam a ser orgânicas porque ele utiliza adubo químico no cultivo.

As verduras são vendidas ali mesmo, no varejo, e também para supermercados da capital. A atividade agrícola é herança da cultura familiar e garante tranquilamente o sustento, afirma Silva. Hortas A área urbana de Campo Grande também abriga quatro das 24 hortas que fazem parte do PAIS (Produção Agroecológica Integrada Sustentável).

O PAIS consiste em um sistema integrado de criação de animais e cultivo de hortifrutigranjeiros, implementado com o objetivo de garantir que as famílias inseridas desenvolvam a agricultura orgânica e garantam sua sustentabilidade econômica.

Na prática, o sistema integra uma horta circular - cultivada ao redor de um galinheiro -, a irrigação por gotejamento e uma parte denominada quintal agroecológico. Essa cadeia visa o aproveitamento do material gerado com a criação de galinhas no cultivo de hortifrutigranjeiros, garantindo à família beneficiada hortaliças, ovos e galinhas de acordo com um cronograma de produção e consumo.

O programa também incentiva a atuação de forma cooperativa de famílias de agricultores.