Os preços do boi gordo voltaram a recuar nesta terça-feira (25/4) em algumas praças brasileiras, influenciados pela fraca demanda por animais terminados, informou a S&P Global Commodity Insights.
“O desalinhamento entre a atual disponibilidade de oferta de boiadas gordas e a necessidade de compra de lotes pelas indústrias frigoríficas deve continuar como a principal tendência no ambiente de negócios, abrindo mais espaço para especulação baixista”, prevê a consultoria.
A S&P Global verificou que os preços da arroba da fêmea foram os mais pressionados nesta terça-feira, com recuos significativos em algumas das principais regiões do País.
Tal tendência é reflexo da grande oferta desta categoria de animal, condizente com atual alteração no ciclo pecuário – para a fase de baixas nas cotações.
No entanto, ressalta a S&P Global, os preços do macho também estão fragilizados, já que o período de estiagem começa a dar sinais de consolidação, o que contribui para o avanço das entregas dos animais terminados aos frigoríficos.
“Espera-se um aumento ainda mais significativo na oferta de boiada ao mercado físico, tendo em vista que produtores sofrem com os riscos de perda de rendimento dos animais no pasto”, ressalta a consultoria.
Pelo lado dos frigoríficos, como já mencionado no primeiro parágrafo deste texto, as escalas de abate têm evoluído dentro do esperado, atendendo os compromissos mais urgentes.
A S&P Global verificou um movimento de grande cautela nas compras de boiadas gordas, justificada pela dificuldade no escoamento da carne bovina, sobretudo ao mercado interno.
Porém, conforme apuração da consultoria, no mercado atacadista, os preços dos principais cortes de carne bovina permaneceram estáveis neste início de semana, não acompanhando a pressão baixista observada nos preços do boi gordo.
Dados Scot – Pelos números apurados nesta terça-feira pela Scot Consultoria, no mercado paulista, são poucos os negócios envolvendo boiada gorda.
“De um lado, o produtor está segurando o rebanho; do outro, os compradores seguem retraídos, acreditando num aumento de oferta em função do final da safra”, analisa a Scot.
Deste modo, a cotação do boi gordo paulista segue em R$ 272/@, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas por R$ 252/@ e R$ 267/@, respectivamente (preços brutos e a prazo).
Para o “boi-China”, a cotação está em R$ 275/@, base São Paulo, o ocorrendo negócios abaixo dessa referência de preço, acrescenta a Scot.
Na região de Marabá, no Pará, a maior oferta de bovinos, em função do agravamento da seca, começa a pressionar negativamente os preços dos animais terminados.
Com isso, a cotação do boi e da vaca recuou R$ 3/@ nesta terça-feira, para R$ 232/@ e R$ 222/@, respectivamente, enquanto o valor da novilha ficou estável na praça de Marabá, em R$ 225/@ (preços brutos e a prazo).
Ainda na praça paraense, o “boi-China” está cotado em R$ 245/@, valor bruto, no prazo.