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MT suspende abate de boi e Brasil pode até perder clientes externos

29 maio 2018 - 01h46Por Revista Globo Rural

Maior produtor brasileiro de carne bovina e principal fornecedor para exterior, Mato Grosso está suspendendo totalmente o abate de boi no Estado. A informação é do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). Considerando apenas a suspensão do abate de bovinos, o montante diário que deixará de circular no Estado é estimado em R$ 36,5 milhões.

Segundo o Imea, os reflexos da greve dos caminhoneiros começou a ter reflexos na cadeia da pecuária de corte desde quarta-feira (23/5), quando os frigoríficos começaram a sair das compras de bovinos. Até sexta-feira 92% das plantas frigoríficas do Estado estavam fora das compras. Além disso, diz o Imea, “o preço do boi gordo no Estado ficou sem referências de negócios, demonstrando a força da paralisação dos caminhoneiros”.
 
Risco comercial
 
“Nossos clientes são tradicionais, sabem que os problemas são passageiros, porém, precisam da carne brasileira para cumprir seus compromissos. Toda parceria tem um limite.” Quem afirma é Antônio Camardelli, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).
 
Ele diz que os importadores estão recebendo todas as informações acerca da paralisação dos caminhoneiros e das dificuldades para escoamento dos produtos agropecuários. “Nossa angústia é a situação perdurar aqui no Brasil. Os compradores internacionais podem sim pensar em alternativas – no caso, consultarem outros países exportadores”, afirma. “Não podemos perder a embocadura”, enfatiza.
 
Camardelli faz questão de dizer que acredita numa solução até o final da semana. “Estou otimista, apesar de  o agronegócio ter se defrontado com inúmeros percalços nos últimos tempos.”
 
Ele adianta que o país deixou de embarcar 40 mil toneladas de carne bovina em uma semana. “No total, o prejuízo acumulado chega perto de US$ 170 milhões (R$ 620 milhões), computando-se todos os tipos de contrato com os importadores.” Segundo ele, vários contratos foram postergados e também devem ser considerados muitos outros fatores, como o prejuízo com o produto perecível nas estradas.
 
O executivo informa ainda que 110 unidades já estão sem abater boi no Brasil. “A maioria dos frigoríficos paralisou o trabalho”, informa. E mais, prossegue. “Temos informações que cerca de 3.700 carretas estão paradas com os produtos perecíveis.”
 
Camardelli acredita que os caminhoneiros tiveram um grande percentual de suas reinvindicações atendidas. Neste domingo (27), o presidente Michel Temer anunciou a redução de R$ 0,46 no litro do diesel por 60 dias, o estabelecimento de uma tabela mínima dos fretes e a isenção da cobrança de pedágio para eixo suspenso de caminhões vazios em todas as rodovias. Essa é a razão que leva o executivo a crer no final das paralisações dos caminhoneiros.