Também serão analisadas informações do Corpo de Bombeiros - relatório de como o local estava quando os militares chegaram logo após o acidente - e apurações feitas pela Polícia Civil, que investiga a causa.
A apuração não tem prazo para ser concluída. “Estamos trabalhando para ser o mais rápido possível”, disse a procuradora Ana Raquel.
Caso sejam constatadas irregularidades, o MPT irá propor assinatura de TAC (Termo de Ajustamento de Conduta). Se o Marfrig assinar o acordo, a empresa fica compromissada a regularizar a situação, sob pena de multa.
Se a empresa não concordar com o TAC, o MPT irá ajuizar Ação Civil Pública e o que poderia ser resolvido amigavelmente vira briga judicial. O MPT também poderá ingressar com ação de indenização.
“São medidas punitivas e pedagógicas para coibir que essa conduta se repita”, finaliza a procuradora.
Acidente- O acidente químico no curtume do frigorífico aconteceu quando um caminhão descarregava o ácido coramin - usado para retirar pelos de couro - em um tanque.
Houve reação química entre o coramin e outro produto que havia no recipiente e um gás tóxico foi exalado, matando os quatro trabalhadores e intoxicando outras 24, destas, 21 já tiveram alta e três continuam internadas em Presidente Prudente, interior de São Paulo.
A Prefeitura de Bataguassu decretou luto oficial por três dias. A PMA (Polícia Militar Ambiental) aplicou multa de R$ 1 milhão à empresa e técnicos do Imasul vão elaborar laudos sobre as causas do acidente. A Polícia Civil abriu inquérito para investigar se houve falha humana.
O Corpo de Bombeiros notificou o curtume a entregar plano de prevenção à incêndio em 30 dias. O Marfrig terá que contratar empresa especializada para retirar os resquícios do gás.
O curtume ainda está fechado, mas sob a responsabilidade da empresa.