A modernização do Programa Precoce MS, liderada pelo Governo do Estado, por meio da Semadesc, tem impulsionado uma transformação importante na pecuária sul-mato-grossense. Com foco em sustentabilidade, eficiência produtiva e qualidade, a iniciativa reduziu o tempo de permanência dos animais no pasto, aumentou o número de bovinos abatidos com dente de leite e ampliou o número de fazendas no nível avançado de produção. Esses avanços foram detalhados durante a 2ª edição do Fórum Precoce MS, realizado nesta segunda-feira (27), na sede da Famasul, em Campo Grande.
“Temos o privilégio de receber incentivos fiscais e somos muito gratos por isso. Consideramos uma honra, pois nosso Estado, junto com Santa Catarina, é o único a oferecer esse tipo de programa. Sentimo-nos valorizados por nossos representantes políticos, que reconhecem nosso trabalho através desse incentivo”, afirmou o presidente da Associação Novilho Precoce, Rafael Gratão.
O programa atingiu a marca de mais de 1 mil propriedades auditadas, e atualmente, cerca de 48% dos 1,2 milhão de animais precoces abatidos anualmente têm apenas dentes de leite, reflexo direto da adoção de critérios mais rigorosos que agora equilibram avaliação do animal e do estabelecimento (50% cada). “O programa beneficia diversos profissionais que dependem dele e que ajudam os produtores a aumentar sua receita. Este é o maior programa de bonificação da produção rural do Brasil, incentivando uma pecuária mais eficiente e sustentável. E o consumidor final também ganha, com carne de melhor qualidade”, completou Gratão.
Até outubro deste ano o Governo do Estado de MS já bonificou o produtor em R$ 125 milhões, ante R$ 117 milhões por todo o ano passado. O secretário-executivo da Semadesc, Rogério Beretta, reforçou que a modernização é essencial diante dos novos desafios do campo: “A expansão das áreas de eucalipto e soja reduz a disponibilidade de pastagens, e os produtores precisam se adaptar. O programa orienta e apoia financeiramente esses avanços. É uma oportunidade para que os produtores conheçam os benefícios do programa e se adaptem às suas exigências. Além disso, é um momento de reconhecimento à excelência dos participantes pequenos, médios e grandes produtores, além dos técnicos que atuam diretamente no campo”, destacou.
Durante o evento, foram premiados os destaques de 2025 no programa:
• Renan Brito, pequeno produtor da Fazenda Valencia, em Aquidauana
• Rafael Lima e Silva, da Fazenda Ronda, em Santa Rita do Pardo
• Gustavo Tonhão, médico veterinário (responsável técnico)
• Daniel Naguchi, auditor
“Quando o programa foi criado, ouvimos relatos de dificuldade de adesão. Hoje, estamos aqui premiando produtores e técnicos que alcançaram excelência. Isso mostra que muitos compreenderam o papel do governo orientar o produtor sobre as exigências do mercado e incentivar a produção sustentável. A constatação de que grande parte dos participantes já se encontra no nível avançado do programa demonstra maturidade e comprometimento do setor”, afirmou Beretta. “Esses resultados demonstram o impacto positivo do programa na produtividade e na rentabilidade. A produção, que antes era de 100 quilos por hectare ao ano, hoje chega a 200 ou 250 quilos. É um avanço significativo para a pecuária sul-mato-grossense”, completa.
Frederico Stella, diretor da Famasul, também destacou a importância do avanço técnico e da sustentabilidade de forma completa. “Um programa de incentivo precisa, de tempos em tempos, subir a régua. E foi isso que o Governo fez: agregou ao processo a verdadeira sustentabilidade, que vai além do ambiental. Ela inclui o social e, principalmente, o econômico. Diminuímos mais de 5 milhões de hectares de pastagens nos últimos 15 anos e reduzimos o rebanho em cerca de 15%. Ainda assim, estamos entregando mais carne. Isso é competência e evolução do nosso negócio.”




