As cotações do milho estão firmes no mercado brasileiro. Pesquisadores do Cepea indicam que a sustentação vem das exportações aquecidas, da retração de parte dos vendedores e do fato de alguns compradores terem sinalizado interesse em recompor estoques.
A demanda externa pelo cereal brasileiro segue aquecida, mesmo diante da melhora no ritmo da colheita dos Estados Unidos.
Esses compradores estão atentos à redução de oferta na União Europeia e na China, que foram atingidas pela seca e registram problemas com a logística, e aos embarques por meio do Mar Negro, devido ao aumento dos conflitos entre Rússia e Ucrânia.
Além disso, na Argentina, a falta de chuvas nas últimas semanas também pode reduzir o potencial produtivo das lavouras.
Dados da Secex indicam que, apenas em nove dias úteis de outubro, o Brasil embarcou 3,25 milhões de toneladas de milho, 81% a mais que em todo mês de outubro/21.
Caso o atual ritmo diário se mantenha até o final deste mês, as exportações podem superar as 7 milhões de toneladas, o que seria o maior volume de 2022.
Soja
A liquidez no mercado interno de soja está lenta e os preços, em queda.
Segundo pesquisadores do Cepea, produtores estão com atenções voltadas à semeadura da temporada 2022/23 e evitam negociar o excedente da safra 2021/22.
Além disso, a desvalorização do dólar e a queda nos prêmios de exportação na semana passada também desestimulam os negócios.
No campo, as chuvas em setembro geraram otimismo entre sojicultores nacionais, mas, agora, o excesso de umidade na região Sul e Sudoeste do Brasil vem limitando e até mesmo interrompendo os trabalhos de campo. Em algumas áreas do sudeste do Paraná, tem sido necessário o replantio.