Investimentos de empresas estrangeiras estão mudando a agricultura do Maranhão. O produtor troca o plantio próprio pela prestação de serviço.
Os investidores estrangeiros já são donos de 1/3 das lavouras de soja do cerrado maranhense, uma área de 150 mil hectares. Eles são grandes empresários do agronegócio da Europa, Ásia, Estados Unidos e do Mercosul. Eles vêm atraídos pelo solo fértil da fronteira agrícola nordestina.
Os investidores pagam até seis sacas de soja pelo arrendamento de um hectare no cerrado e ainda alugam todo o maquinário usado para tocar as lavouras. O negócio estimula os agricultores a se tornarem prestadores de serviço.
Max Bonfim representa um conglomerado argentino que acaba de fazer uma fusão com uma empresa brasileira e concentra os negócios no cerrado. A empresa espera faturar esse ano US$ 360 milhões em parceria com os agricultores brasileiros. “A empresa ganha porque está ampliando seu negócio. Está crescendo em produção e isso facilita novos negócios e novos mercados”, falou.
O agricultor Francisco Pugliezzi Neto é dono de uma fazenda com seis mil hectares de soja. O exportador de grãos diversificou os negócios e se tornou prestador de serviço para os argentinos. “O grupo vem e paga o serviço pra eu plantar e aplicar o veneno. Todos os tratos culturais da lavoura são feitos pelo prestador de serviço. A empresa investidora da os insumos, da tudo, colhe e paga o arrendamento ou um percentual sobre o lucro”, explicou.
Os investidores estrangeiros também estão atentos para o crescimento do consumo no mercado interno, sobretudo no Nordeste. Um grupo de empresários produz cevada e aves na Irlanda do Norte. Eles estão comprando 15 mil hectares de cerrado no Maranhão.