O mercado físico do boi gordo registrou ritmo lento na sexta-feira (23/9), com preços estáveis na maioria absoluta das praças brasileiras, informam as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário. “O ambiente de estabilidade deve permanecer até a virada do mês”, prevê a IHS Markit.
Segundo dados apurados pela Scot Consultoria, nesta sexta-feira, os preços dos animais terminados ficaram estáveis nas praças do interior de São Paulo. Dessa maneira, o macho terminado destinado ao mercado interno segue valendo R$ 285/@, enquanto a vaca e a novilha gordas são vendidas, respectivamente, por R$ 270/@ e R$ 280/@ (preços brutos e a prazo), segundo a Scot.
O bovino destinado ao mercado da China (abatido mais jovem, com até 30 meses de idade) está cotado em R$ 295/@ no mercado paulista (preço bruto e a prazo), acrescenta a Scot. Segundo a IHS, as indústrias brasileiras seguem atuando de forma limitada, cadenciando as compras de boiada gorda.
Os poucos frigoríficos que lançam ofertas de compras preferem adquirir lotes pequenos, o que reduz a chance de qualquer viés altista da arroba, relata a IHS. Do lado de dentro das porteiras, os pecuaristas também atuam com cautela, evitando aceitar as atuais propostas de compras dos frigoríficos brasileiros, que mantêm a pressão de baixa na arroba, já que as suas escalas de abate continuam relativamente confortáveis.
A estratégia dos frigoríficos, diz a IHS, é manter uma produção equalizada à demanda (pela carne bovina), sobretudo aqueles que destinam maior parte de sua produção ao mercado interno. “As operações dos frigoríficos já estão consolidadas até o final de setembro e há indústrias que avançam as suas escalas para até a segunda quinzena de outubro”, informa a consultoria.
O consumo da proteína vermelha no mercado doméstico segue patinando, resultando em estoques elevados nas câmaras frias. Com a aproximação do final do mês, os mercados atacadista e varejista perderam força, informa a Scot Consultoria. Na sexta-feira, o atacado desossado em São Paulo trabalhou com queda de 1% no comparativo semanal.
Os cortes de traseiro e dianteiro caíram 1% e 1,2%, respectivamente, no mesmo comparativo. “O fluxo de distribuição para o varejo foi afetado pela demanda interna mais comedida, limitando ajustes positivos”, observa a Scot. Assim, o varejo paulista acompanhou o comportamento do atacado e, na média dos cortes monitorados, apresentou queda de 0,4% na comparação com a semana anterior.
Para o curto prazo, diante da queda nas cotações do boi gordo e de um consumo retraído no mercado interno, a tendência é de estabilidade (ou até mesmo de baixa) nos preços da carne bovina, acreditam os analistas da Scot. Segundo a IHS Markit, as atenções seguem voltadas para a dinâmica do mercado ao longo dos últimos três meses do ano, quando o consumo doméstico de carne bovino poderá ganhar força, refletindo os períodos comemorativos de fim de ano, incluindo a Copa do Mundo – onde há festa, há churrasco e/ou outras receitas com carne bovina, disparada a preferida dos brasileiros.