O mercado do boi gordo abriu a semana com poucos negócios nas praças brasileiras, com os compradores aguardando os primeiros dias de setembro para avaliar o comportamento da demanda pela carne bovina e, assim, definir os próximos passos.
Com isso, os preços da arroba fecharam a segunda-feira (1/9) com estabilidade na maioria das regiões do País.
Pelos dados apurados pela Scot Consultoria, o boi gordo sem padrão-exportação negociado em São Paulo segue valendo R$ 312/@, enquanto o “boi-China” está cotado em R$ 317/@ (valores brutos, no prazo).
“Pelo terceiro dia consecutivo, não houve alterações nas cotações observadas em nenhuma das regiões acompanhadas”, informa a Agrifatto , referindo-se ao monitoramento realizado em 17 praças brasileiras.
Em agosto/25, o mercado físico do boi gordo manteve-se firme, encerrando o mês com alta acumulada próxima de 7% em São Paulo.
O movimento de alta da arroba, diz a Agrifatto, foi sustentado pela oferta restrita de boiadas gordas e pelo forte avanço das exportações de carne bovina in natura.
“Esse cenário deve se estender em setembro/25, com os preços sustentados pela continuidade da demanda externa, especialmente da China, mesmo diante das novas tarifas impostas pelos EUA”, relatam os analista da Agrifatto.
A consultoria lembra que as investigações chinesas envolvendo os principais fornecedores mundiais da proteína (incluindo o Brasil), que poderiam resultar em salvaguardas, foram postergadas para novembro/25, o que afasta pressões de curto prazo sobre as vendas ao principal parceiro comercial.
Paralelamente, diz a Agrifatto, novos mercados, como Indonésia e Filipinas, começam a demandar a proteína brasileira, diversificando o destino das exportações brasileiras.
No entanto, na avaliação dos analista da consultoria, a tendência de firmeza nos preços do boi gordo pode encontrar limites a partir de novembro/25, quando o volume de animais terminados em confinamento tende a aumentar, coincidindo com o encerramento do prazo para embarques à China visando o abastecimento prévio ao Ano Novo Chinês, que ocorrerá entre 17 de fevereiro e 3 de março de 2026.
“Esse aumento pontual na oferta, frente a uma demanda já abastecida, pode conter reajustes mais significativos nas cotações”, antecipam os analistas da Agrifatto.
Escalas de abate também andam de lado
Na ultima sexta-feira, a movimentação do mercado foi moderada, em função da transição de mês. Ainda assim, diz a Agrifatto, o volume negociado foi suficiente para manter as escalas de abate entre oito e nove dias na média nacional.