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Menor oferta eleva preços das carnes bovina, suína e de frango

14 outubro 2013 - 12h46Por Cepea
Menor oferta eleva preços das carnes bovina, suína e de frango
Os preços das carnes bovina, suína e de frango comercializadas no atacado da Grande São Paulo acumulam fortes altas neste segundo semestre, de acordo com levantamento diário do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. O aumento mais expressivo na cotação, de 33%, foi para a carcaça comum suína, com o quilo do produto passando de R$ 4,15 no dia 28 de junho para R$ 5,96 nessa quarta-feira, 9 de outubro. Na sequência, ficou o frango resfriado, com valorização de 23% no período, saindo de R$ 2,95/kg para R$ 3,85/kg. Quanto à carcaça casada de boi, o aumento no preço foi de 11,5% na mesma comparação, com cotação média de R$ 7,19/kg nessa quarta, ante os R$ 6,35/kg do encerramento de junho. 
 
Segundo pesquisadores do Cepea, para as três carnes, o impulso vem principalmente da oferta restrita de animais para abate. Do lado da demanda, o consumo doméstico tem se mantido relativamente firme também ao longo dos últimos meses, conforme apurou o Cepea. Quanto às exportações, seguem firmes para a carne bovina, mas abaixo das expectativas para as carnes de frango e suína.
 
A média da carcaça comum suína nessa quarta-feira, inclusive, bateu recorde nominal, considerando-se toda a série histórica do Cepea para este produto, iniciada em 2004. O frango resfriado atingiu o maior patamar nominal, de R$ 4,17/kg, em 25 de setembro deste ano. Já em relação à carcaça casada bovina, a média do dia 2 de outubro encostou no preço máximo, em termos nominais, da série Cepea, que começou em 2001 para este produto – no dia 10 de novembro de 2010, o valor foi de R$ 7,36/kg. 
 
Pesquisadores do Cepea relatam que, para o mercado de boi, a entrada menos expressiva de lotes de confinamento em um período em que praticamente não se observa a engorda do animal em pastagens, por conta do clima, vem reforçando o menor volume ofertado por pecuaristas neste segundo semestre e, consequentemente, a retração da disponibilidade de carne no atacado.
 
Estimativas da Assocon (Associação Nacional dos Confinadores) mostram que a quantidade de boi confinado este ano no Brasil deve ser de 3,3 milhões de cabeças, abaixo das 3,7 milhões projetadas em abril. Esse novo número indica redução de 14,5% sobre o volume confinado em 2012, de 3,86 milhões de cabeças. A queda é justificada pelos altos custos de aquisição do boi magro e dos demais insumos utilizados na atividade.
 
No mercado de suínos, a oferta de animais prontos para abate também é enxuta. Segundo pesquisadores do Cepea, no início deste ano, os baixos valores pagos pelo suíno vivo fizeram com que produtores ofertassem volume maior de cabeças para manutenção da atividade. Como resposta, a oferta diminuiu e, neste segundo semestre, grande parte dos animais ainda tem peso abaixo do ideal. Além disso, alguns produtores consultados pelo Cepea relataram que houve redução no plantel de matrizes no ano passado, devido aos altos custos, e os efeitos estariam sendo sentidos neste semestre. 
 
Quanto ao frango, dados da Apinco (Associação Brasileira de Produtores de Pinto de Corte) apontam que o volume da carne produzido vem diminuindo desde junho. Em agosto, somou 1,06 milhão de toneladas, 1,6% a menos que em julho e 2,7% abaixo do total observado em junho (números mais recentes). 
 
De acordo com pesquisadores do Cepea, os preços elevados de insumos para alimentação animal, como milho e farelo de soja, no ano passado e início deste, resultaram em baixa rentabilidade para os produtores. Assim, para minimizar perdas, muitos diminuíram o volume produzido e, em alguns casos, até deixaram a atividade. Do lado do produtor, as cotações atuais das carnes são positivas e devem estimular a retomada de investimentos, mas também podem influenciar no aumento da inflação, visto que o peso desse grupo na alimentação do brasileiro é significativo. Pesquisadores do Cepea relatam que, no médio prazo, porém, a retomada dos investimentos no setor deve ocasionar uma volta dos preços a patamares considerados normais.
 
PREÇOS DEFLACIONADOS 
Considerando-se os preços das séries do Cepea em termos reais (valores deflacionados pelo IPCA de set/13), a cotação média da carcaça casada bovina negociada no atacado paulista em setembro, de R$ 6,88/kg, foi a maior em um ano – em set/12, foi de R$ 7,08/kg – e superou em 9,4% a de agosto/13. A carcaça comum suína teve média de R$ 5,26/kg em setembro, 8% maior que a de agosto e 17,1% superior à de set/12, sendo, ainda, a maior, em termos reais, desde fevereiro deste ano (R$ 5,41/kg). Quanto ao frango resfriado, também negociado no atacado de SP, o preço médio do mês passado foi de R$ 3,93/kg, o maior patamar real desde jan/13 (R$ 4,05/kg) – alta de 24,4% sobre a média de agosto e de 11% frente a setembro de 2012.
 
EXPORTAÇÃO 
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), os embarques de carne bovina in natura totalizaram 112,1 mil toneladas em setembro/13, superando em 2,6% o volume exportado em agosto e em 23,3% as de setembro/12.
 
Já quanto aos setores avícola e suinícola, a expectativa de maior exportação para o segundo semestre não tem se confirmado. Para a carne de frango in natura, os embarques caíram pelo segundo mês consecutivo. Em setembro, foram enviadas ao exterior 277,5 mil toneladas do produto, volume 8,7% inferior ao de agosto (de 304 mil toneladas) e 1,4% abaixo do registrado em setembro do ano passado (281,4 mil toneladas) – dados da Secex.
 
No caso da carne suína, depois de subir por dois meses seguidos, as exportações diminuíram em setembro. Foram embarcadas 39,9 mil toneladas do produto in natura, volume 12,7% menor que o de agosto e 26,8% inferior ao registrado em set/12, também conforme dados da Secex.