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Marfrig inicia abates em unidades do Margen e arrenda outra fábrica

14 janeiro 2010 - 00h00Por Valor Econômico, por Alda do Amaral Rocha.

Quatro meses depois de arrendar 13 unidades de abate de bovinos dos frigoríficos Margen e Mercosul, a Marfrig deve começar a operar, na última semana deste mês, as plantas de Paranaíba (MS) e Ariquemes (RO). As duas eram do Margen e foram arrendadas por cinco anos com opção de compra, junto com outras quatro unidades de abate e uma para produção de charque. Na primeira, a Marfrig deve abater 400 animais por dia inicialmente e em Ariquemes, 300 cabeças.

Até agora, apenas a unidade de charque está operando, já que as demais arrendadas do Margen -hoje em recuperação judicial- estão passando por adequações para poder iniciar a produção. Além de adequações nas fábricas, questões burocráticas, como licenças ambientais, tiveram de ser providenciadas nesse período.

A previsão da empresa é que Rolim de Moura (RO), Rio Verde (GO) e Mãe do Rio (PA) comecem a operar em fevereiro. Paranavaí (PR) deve iniciar os abates em março. Esta última, aliás, não foi anunciada pela Marfrig, quando a empresa divulgou os arrendamentos, em setembro de 2009. A razão é que havia pendências judiciais, hoje resolvidas, o que impedia a sua inclusão na operação àquela época.

Das sete plantas arrendadas do gaúcho Mercosul em setembro passado, Bagé, Alegrete, Capão do Leão e Mato Leitão, todas no Rio Grande do Sul, e Pirenópolis (GO) estão em atividade desde a conclusão do negócio. Nova Londrina (PR) e Tucumã (PA) estão em obras para adequação, segundo a Marfrig.

Com as unidades de abate arrendadas, a Marfrig elevará a capacidade em 8,8 mil animais por dia, para 22.350 bois, no Brasil.

Além de colocar em operação as primeiras plantas alugadas do Margen, a Marfrig arrendou, em dezembro, por cinco anos, uma unidade de produção de "corned beef" (carne enlatada) do frigorífico Quatro Rios. A planta está localizada em Votuporanga (SP).

Segundo o diretor de operações da Marfrig, James Cruden, a planta é habilitada para o mercado doméstico e para exportar aos Estados Unidos e União Europeia.

O novo arrendamento da Marfrig ocorre num cenário de expectativa de recuperação da demanda por carne bovina no mercado internacional, após um 2009 de demanda fraca. "Há expectativa de aumento da oferta de animais para abate e de que a demanda melhore", diz. Ele afirma já ver melhorias na demanda na UE, Rússia e no norte da África. "O que preocupa é o câmbio", queixa-se.