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Leite: Alta no ano é a maior desde 1995

30 abril 2010 - 00h00Por Cepea
O preço do leite pago ao produtor em abril (referente à produção de março) teve novo salto significativo. Na média nacional do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, que abrange os estados de RS, PR, SC, SP, MG, GO e BA, o valor bruto do leite subiu 8 centavos por litro (ou 11,8%) frente ao mês anterior, passando para R$ 0,76/litro. Neste ano (janeiro a abril/10), o aumento no preço do leite chega a 27% – essa foi a maior elevação já observada pelo Cepea para o período, desde 1995. Em relação a abril de 2009, o acréscimo foi de 21,4%, em termos nominais.
 
A valorização do leite ao produtor foi resultado da seguida redução na oferta do produto em todas as regiões pesquisadas pelo Cepea. O decréscimo no Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-Leite) foi de 3,4% de fevereiro/10 para março/10. Apesar disso, a captação de março/10 esteve 3,4% acima do volume observado no mesmo período do ano passado. No primeiro trimestre deste ano, a captação de leite aumentou 3,5% frente ao mesmo período do ano passado, mas recuou 4,1% se comparada ao volume dos três primeiros meses de 2008.
 
O impacto da redução da captação nos preços do leite aconteceu de forma mais rápida e intensa neste ano, conforme cálculos do Cepea. Em março de 2010, o volume captado diminuiu 7,3% em relação ao de janeiro/10 e, no mesmo período de 2009, a queda havia sido de 6,5%. Porém, de janeiro a abril de 2010, o aumento observado nos preços (de 27%) é bem superior a alta observada em 2009, que foi de 4,9%.
 
No início deste ano, a captação de leite foi prejudicada por fatores climáticos nas principais regiões produtoras. Segundo pesquisadores do Cepea, em março, o recuo ocorreu em função da sazonalidade da produção. Nesta época do ano, geralmente observa-se queda na produção de leite, devido à menor produção de pastagens. Entretanto, os baixos preços do concentrado e as recentes valorizações do leite podem incentivar produtores a investir em alimentação, o que poderia gerar uma recuperação na produção de leite.
 
Para o próximo pagamento (maio), 76,1% dos agentes consultados pelo Cepea (responsáveis por 82,6% do volume total de leite amostrado) acreditam em alta nos preços. Vale ressaltar que o aumento estimado por colaboradores do Cepea é em menor proporção ao que vem sendo observado nos últimos meses. Cerca de 24% dos agentes (que representam 17,4% da aquisição de leite da amostra) esperam estabilidade nos preços. Novamente, nenhum entrevistado acredita em baixa na cotação do próximo mês.
 
No mercado de derivados, os preços também subiram em março, impulsionados, principalmente, pela menor oferta de leite. O leite UHT negociado no atacado de São Paulo teve média de R$ 1,71/litro em março, alta de 14,7% frente ao mês anterior e de 27,2% no ano (janeiro a março/10). O queijo mussarela valorizou 7,04%, passando para R$ 9,69/kg, e o queijo prato teve acréscimo de 2,4%, com média de R$ 11,44/kg. O leite pasteurizado foi cotado à média de R$ 1,27/litro em março, aumento de 4,9%.
 
ABRIL – A maior média de preços do leite pago ao produtor, de R$ 0,7840/litro, foi verificada em Minas Gerais, onde houve alta de 12% (8,4 centavos por litro) de março para abril. Em Goiás, a média de preços foi de R$ 0,7676/litro, elevação de 12,3% (ou 8,4 centavos por litro) e, em São Paulo, de R$ 0,7524/litro, acréscimo de 13,04% (8,7 centavos por litro).
 
No Rio Grande do Sul, houve alta de 11,8% no valor pago ao produtor (7,7 centavos por litro), com a média a R$ 0,7274/litro em abril. Em Santa Catarina, a média foi de R$ 0,7455/l e, no Paraná, de 0,7494/l, aumentos de 8,5% (5,8 centavos por litro) e 10,7% (7,3 centavos por litro), respectivamente. Na Bahia, o preço médio foi de R$ 0,6616/l no mês, acréscimo de 10,3% (de 5,1 centavos por litro) frente a março.