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Governo, Mapa e Embrapa garantem atendimento a médio produtor de MS

02 maio 2018 - 22h31Por Semagro
Governo, Mapa e Embrapa garantem atendimento a médio produtor de MS

Um belo começo, assim pode ser resumido o “Dia de Campo” sobre reforma de pastagem para pecuária de leite e corte no município de Figueirão. Coincidência ou não, o termo de definição também é o significado na língua guarani de uma das mais novas forrageiras no mercado: a Ipyporã (criação da Embrapa) que, em uma Unidade de Referência Tecnológica (URT), na Estância Canto do Alegrete, vem sendo usada em uma área de 6.69 hectares junto com a capineira Marandu a fim de ofertar melhor alimentação para o rebanho e, consequentemente, aceleração no ganho de peso da criação e lucro do produtor.

 
O trabalho promovido no sábado (28), deu o pontapé inicial das atividades de observação de campo dentro do convênio de R$ 800 mil firmado pela Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) – órgão vinculado à Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) – com o MAPA – Ministério de Desenvolvimento Agrário e Abastecimento e a Embrapa. A execução do projeto é estimada para até o final de 2019.
 
“É um convênio voltado para atender os médios produtores de 20 cidades de Mato Grosso do Sul. Esse é o primeiro dia de campo no Estado. Temos, aqui, uma área de 6.69 de hectares reservados para a reforma de pasto sendo que já há 4,23 hectares em boa fase de desenvolvimento. Um diferencial daqui é que a propriedade fica localizado às margens da rodovia, o que propositalmente serve de vitrine tecnológica para chamar a atenção sobre as ideias e boas práticas que as entidades envolvidas pretendem oferecer ao produtor rural. Principalmente para quem passar por aqui no período de seca, o verde da pastagem vai chamar a atenção”, observou o coordenador da Agraer de Figueirão, Fernando Fernandes.
 
Outro ponto inovador nesta URT de Figueirão propôs foi quanto a inclusão da forrageira ipyporã no pasto visto que o projeto inicial previa apenas o marandu, o capim mais utilizado no Brasil. “Cerca de 60% das áreas de pastagens brasileiras são formadas por marandu, muitas propriedades se fecham ao uso de um único capim. Antes era mais a braquiara, hoje, ele é o de maior preferência. Contudo, em Figueirão, conseguimos formar uma boa parceria com a Unipasto e, trazer essa novidade que é o ipyporã. A empresa fez a doação de sementes e a nossa proposta foi mostrar o uso desse último, não para substituir 100% e, sim, para diversificar o pasto com mais variedade de alimento para o gado”, evidenciou o difusor de tecnologia da Embrapa Gado de Corte (Campo Grande), Aroldo Queiroz.
 
Recém lançado em 2017 na Dinapec, o ipyporã foi um propulsor para os donos da estância, Kenedi e Marli Barbosa, aceitarem o convite e abrir as porteiras para o projeto. “Os técnicos apontam os erros que estamos cometendo, ouvimos eles e juntos trabalhamos para corrigir essas falhas. O objetivo é produzir mais e melhor com menos terra. Tanto que aceitamos fazer parte e ver os resultados na prática”, enfatizou.
 
Toda a metodologia não poderia ter sido apresentada de melhor forma, pois o pasto que, diariamente, compõe parte do cenário de trabalho do homem do campo serviu como sala de aula aos visitantes. A céu a aberto, com tendas dentro dos dois piquetes (de ipyporã e marandu), os médios produtores assistiram as palestras da Embrapa, Agraer e Senar. Essa última entrou como parceira na URT de Figueirão com base nos bons trabalhos executados dentro do programa Mais Inovação.
 
“Achei boa a apresentação porque não é uma coisa que está fora do nosso alcance. O pessoal demonstrou o custo benefício e deu para aproveitar bem o que foi passado. Saber que o novo capim [Ipyporã] tem mais resistência as pragas que atacam o marandu e a braquiara é algo para a gente pensar se vale o investimento”, declarou a produtora rural Altina Moraes.
 
Investimento que os técnicos do projeto garantem retorno após 23 meses de trabalho. “Em uma propriedade como essa o produtor terá um gasto de R$ 2.624,00 por hectare incluindo todos os custos com máquinas, adubação, calcário e sementes. Contudo, a manutenção e o manejo terão um custo muito menor. Isso sem contar os inúmeros ganhos com o rebanho e a possibilidade de colocar um maior número de animais por hectare”, justificou o coordenador da Agraer Fernando Fernandes.
 
Dos 6.69 hectares dedicados as duas forrageiras os técnicos calcularam um rendimento alimentar para o rebanho de 14.700 quilos de massa de ipyporã, enquanto que o marandu obteve por hectare 10.560 quilos, em uma área em que se fez uso de adubo, e outros 6.400 quilos de massa gerada apenas com a aplicação de calcário e gesso. Uma forma de indicar os frutos a partir da escolha do tipo de capim  e modo de cultivo.
 
Forrageira Marandu
 
“O ipypporã é 15% mais digestivo para o gado, ou seja, o animal fará uma maior ingestão e assim ganhará peso mais rápido. A estimativa é de que se tenha uma engorda de 100 gramas por cabeça/dia em relação ao marandu. Além de que essa nova gramínea apresenta uma super resistência à pragas, inclusive, a cigarrinha da cana”, garante o técnico da Embrapa, Aroldo.
 
Entretanto, o foco do dia do campo é que o produtor não elimine as outras capineiras de suas terras, mas que busque uma prática consorciada que traga maior opção alimentar ao rebanho especialmente no período de seca. Isso tudo sem pôr em risco as finanças do produtor.
 
Projeto
 
O convênio prevê o atendimento de 200 médios produtores de 20 municípios, sendo eles: Água Clara, Alcinópolis, Aparecida do Taboado, Camapuã, Campo Grande, Cassilândia, Chapadão do Sul, Costa Rica, Dois Irmãos do Buriti, Figueirão, Inocência, Nova Alvorada do Sul, Paraíso das Águas, Ribas do Rio Pardo, Rio Negro, Rochedo, São Gabriel do Oeste, Sidrolândia,Terenos e Três Lagoas.
 
E mesmo que tenha enfoque no médio produtor o trabalho poderá agregar conhecimento frente a agricultura familiar. “O convênio vem atender os médios produtores, mas, tudo o que for gerado nas URTs pode ser revertido ao atendimento de qualquer tipo de produtor desde que ajustado a sua realidade. O técnico de cada instituição envolvido no projeto vai ampliar o seu conhecimento. Ganha o produtor rural, ganha a Ater [Assistência Técnica e Extensão Rural] e, também, a sociedade que é a consumidora do produto final”, observou o gerente de GDA da Agraer, Araquem Midon.
 
Prestigiaram o dia de campo o prefeito de Figueirão, Rogério Rosalin e a diretora-executiva da Agraer, Gisele Farias, na ocasião representando o diretor-presidente André Nogueira e técnicos da Semagro . Além de profissionais do Senar – Sistema Famasul, Banco do Brasil, Agraer, Agroline, MAPA, vereadores e outras autoridades locais.