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Goiás tem o maior número de focos da ferrugem asiática do País

21 janeiro 2010 - 00h00Por O Popular, por Lídia Borges

Lavouras de soja em todo o País são alvo da ferrugem asiática e a situação em Goiás já preocupa produtores rurais e órgãos agropecuários. O Estado tem o maior número de focos da praga entre as regiões produtoras, com 363 ocorrências em 15 municípios registradas pelo Consórcio Antiferrugem - uma rede de instituições públicas e privadas no combate à doença, ligada à Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). Ainda não se fala em perda de safra, mas o custo da produção deve ficar de três a quatro vezes maior, diante da necessidade de mais aplicações de fungicidas.

O Sudoeste goiano tem sido o mais prejudicado, com maior número de focos. Mas representantes da Seagro (Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e da Feag (Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás) já se arriscam a dizer que todas as lavouras de soja em Goiás estão infectadas pela ferrugem.

“Se há alguma que ainda não está, com certeza vai ser atingida pela praga até o final da safra, em março”, afirma o presidente da Comissão de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Faeg, Alécio Maróstica.

O excesso e a regularidade das chuvas no ano passado, apesar de serem favoráveis ao cultivo da soja, têm responsabilidade pela proliferação do fungo causador da ferrugem asiática.

O clima também dificultou a prática do vazio sanitário, que é o período de entressafra em que não se pode cultivar qualquer quantidade de soja e quando é preciso controlar a chamada tiguera (planta que aparece após a colheita).

Apesar da situação, as projeções para a safra de soja 2009/2010 apontam para uma produção recorde, estimada em 7,33 milhões de toneladas - 7,3% a mais do que no ano anterior. O levantamento foi de divulgado há menos de duas semanas pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

Mas se, por um lado, não há previsão de comprometimento da quantidade produzida, a margem de lucro sobre os grãos deve ficar reduzida na próxima colheita. Como os gastos não são repassados ao preço final da soja, a assessora da Seagro estima que o ganho nesta safra não deva passar de R$ 2 por cada saca.

Esta é uma contabilidade que o produtor rural de Cristalina Antônio Lourenço Mariano, ainda não fez. Dos 700 alqueires de lavouras de soja que cultiva, uma área de 80 alqueires foi comprometida pela praga e a perda em grãos já chega a 40% do que seria produzido no local.

Antônio diz que, na região atingida pela ferrugem, serão feitas seis aplicações de fungicida, duas a mais do que costuma administrar. “A essa altura do campeonato, não podemos mais olhar o preço da produção. O custo com fungicida esse ano vai, no mínimo, dobrar, em comparação ao do ano passado.” O investimento em combate com fungicida é a única alternativa que resta ao produtor goiano para controlar a ferrugem asiática.