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Genética de ponta para aumentar o rebanho

27 março 2012 - 03h40Por Dia de Campo

De alguns anos para cá, os produtores de caprinos e ovinos viram a demanda de mercado consumidor aumentar bruscamente. Com a busca por leite de cabra e carne de carneiro, está faltando animal para atender as necessidades do consumidor, e essa tendência só vai aumentar. Estima-se que o rebanho brasileiro esteja defasado em 120% e o índice de fêmeas inseminadas seja próximo a 0,5%.

Com o melhoramento genético é possível reverter esse quadro rapidamente e fornecer animais de maior qualidade ao mercado, com menor tempo de terminação e maior qualidade frigorífica. O grande gargalo da ovinocultura hoje é que tá faltando animal no campo.

A vantagem do programa de melhoramento genético é que ele vai melhorar a capacidade produtiva deste rebanho, fazendo com que ele se torne mais eficiente produzindo fêmeas e carneiros mais produtivas e cordeiros que possam ser terminados mais cedo, tenham maior potencial de rendimento de carcaça e maior conversão alimentar. No caso dos caprinos, que produzam mais leite — diz Edson Siqueira, gerente de produtos para caprinos e ovinos da Alta Genetics.

Obviamente o investimento inicial é pesado para alguns produtores, porque é preciso comprar sêmens de alta qualidade e fazer o treinamento para participar do programa de melhoramento. No entanto, segundo Siqueira, esse investimento se paga em três anos, para a maioria. No caso de produtores de elite, o retorno é ainda mais rápido porque o preço de venda dos animais é mais alto. A tecnologia é totalmente lucrativa para o produtor porque melhora a eficiência do rebanho.

Um animal que ganhe meio quilo a mais no confinamento por dia, já significa de 10 a 12 dias a menos de confinamento. E o mercado está aí, está exigindo esta demanda — destaca o gerente. Siqueira explica que não existe um número de fêmeas inseminadas ideal porque é preciso estudar o objetivo de cada produtor e fazer um planejamento financeiro de quanto ele quer gastar e ganhar. Inicialmente, o programa começa com 30% de fêmeas inseminadas e vai aumentando gradualmente este número.

Para nível de comparação, países como França e Austrália têm 60% das ovelhas e 90% das cabras são inseminadas.   As duas principais raças ovinas trabalhadas por nós são a Dorper e a Santa Inês, que é considerada no Brasil a raça mãe, pela adaptabilidade, é a raça de matriz. A Dorper entra como uma raça terminal, que agrega características de carcaça e menor tempo terminal aos animais Santa Inês. Para os caprinos, o programa de melhoramento genético é voltado para a produção de leite e as raças mais utilizadas são a Anglo Nubiana e Saanem — explica.

O especialista alerta que a primeira coisa que um produtor interessado em participar do programa de melhoramento genético e inseminação artificial deve fazer é ter o manejo nutricional e sanitário da propriedade em ordem porque essa é a base de toda a criação. A partir daí, entra o manejo reprodutivo. Ele ensina que o planejamento financeiro e o auxílio técnico são fundamentais para se ter sucesso e para que o investimento inicial feito se recupere rapidamente.