A organização não governamental Greenpeace assinou nesta segunda-feira com os frigoríficos Marfrig, Bertin, JBS-Friboi e Minerva, os maiores do país, um compromisso para que estas empresas não comprem mais carne de produtores que contribuem com o desmatamento da floresta.
Segundo a entidade, 80% das áreas desmatadas na Amazônia são ocupadas pela pecuária. Para o diretor da campanha do Greenpeace, Paulo Adário, este é um passo fundamental no combate ao desmatamento.
- É incrível que o principal setor responsável pelo desmatamento esteja comprometido com a integridade da floresta - afirmou.
Segundo ele, o compromisso inclui uma agenda com seis pontos, como o monitoramento do desmatamento na cadeia produtiva e cadastro de todas as fazendas produtoras.
- O prazo depende do tipo de fornecedor. Para o boi de corte, os frigoríficos têm seis meses para identificar todas as fazendas. Já para os criadores de bezerros, por exemplo, são dois anos - completou.
O compromisso firmado pelas empresas também se refletirá na política externa brasileira. De acordo com Adário, o Brasil participa de uma reunião da Organização das Nações Unidas (ONU) em Copenhagem em alguns meses para discutir o aquecimento global e "será positivo para a imagem do país mostrar que seus maiores produtores estão comprometidos com o meio ambiente".
Segundo estudos do Greenpeace, um hectare da floresta é transformado em pasto para gado a cada 18 segundos. Para o diretor do Greenpeace, Marcelo Furtado, em breve o consumidor brasileiro poderá comprar carne tendo certeza que não está contribuindo para o desmatamento.
- Se segurança para o consumidor que saberá exatamente o que está comprando sem agredir o meio ambiente - disse Furtado.