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Final do Cross Country Árabe é decidida em milésimos de segundo

14 dezembro 2009 - 11h41Por Jefferson da Liz - Via Livre Comunicação.

A última etapa do Campeonato Estadual de Cross Country foi realizada na tarde deste sábado (12/12), no Parque de Exposições Laucídio Coelho. O vencedor antecipado da principal categoria, a profissional, foi Mário de Souza Anastácio, montando a égua Tamara, de Carlos Barbosa. Mas, como na profissional as coisas já estavam certas, as maiores emoções ficaram por conta da categoria amador, disputando uma moto Honda Fan zero quilometro estavam Leandro Corrêa e Wellington Rocha Martins, esse último de apenas 14 anos.

A pista estava escorregadia, as provas tiveram início sob uma insistente chuva, e começou com três horas de atraso. Leandro estava com 30 pontos -Wellington com 40- foi para a pista precisando de três voltas rápidas para conseguir a vitória da prova para se igualar ao companheiro e, só então tentar o desempate em uma única volta.

Ao fim da prova, não foi fácil saber quem tinha sido o vencedor, pois os tempos estavam muito próximos, mas Wellington venceu com uma diferença de menos duzentos milésimos de segundo. Questionado sobre o que iria fazer com moto que acabara de ganhar ele, ainda com jeito simples de menino, respondeu: “não tenho ideia”.

Leandro lembrou que Wellington estava montando Nakari LM, do haras Jeribá, animal que já havia ganhado o Campeonato no ano passado sob o comando de um cavaleiro mais pesado. “Ia ser difícil ganhar dele”, consolou-se.

Contudo, as coisas não estavam completamente perdidas para Leandro, em outra categoria, a proprietário, a situação era inversa, ele estava com 40 pontos, e seu concorrente mais próximo, Moacyr de Almeida Filho, estava precisando da vitória para forçar um desempate.

Leandro foi bem nas duas primeiras voltas, já Moacyr esbarrou em um tambor e recebeu cinco segundos de acréscimo a seu tempo como penalidade, era quase impossível tira essa diferença. E a sorte não estava com ele neste sábado, seu pé saiu do estribo e tirou-lhe a concentração, resultado: tempo ainda pior do que na segunda passagem.

“Não ganhei a moto, mas pelo menos termino o Campeonato com a cela [prêmio para a proprietário]”, comemorou Leandro.

A última categoria a correr no dia, a mirim, também foi só para cumprir a agenda, Alef Augusto Gomes de Melo, de 11 anos, já tinha 40 pontos e ninguém poderia alcançá-lo, e ele mostrou o por quê, foi o mais rápido também nessa última etapa.

Força - Este é o segundo ano que a competição de Cross Country é realizada em Mato Grosso do Sul, e conforme Laucídio Coelho, presidente da Associação de Criadores do Cavalo Árabe, que organiza o Campeonato, a proposta do evento é mostrar a funcionalidade da raça Árabe. “Essa prova exige muito do animal, além de ser um circuito com muitos obstáculos -tambor, salto, baliza e rédea- o cavalo tem de fazer isso tudo três vezes”, pontua. Ele disse ainda que o fato de Mato Grosso do Sul ter três cavalos campeões nacionais do cross country (1º, 2º e 3º lugares), mostra que o campeonato regional tem servido como preparação, tanto para os animais como para os cavaleiros, em provas mais competitivas.

Moacyr de Almeida Filho, que além de cavaleiro é um dos organizadores do evento, disse que para o ano que vem a Associação estuda a ideia de dar como prêmio um carro zero quilometro, tudo vai depender da quantidade de cavaleiros. “O número de participantes vai aumentar em 2010, para a categoria proprietário, já temos cerca de dez que vão competir”, adiantou. “Queremos ainda ter uma categoria feminina, pois é grande o número de mulheres que se interessam pelo esporte e cobram isso”.

Ana Flávia Azambuja Viana, que montou Ambition, do Haras Juramento, foi a única mulher na competição e disse que achou ótima a ideia de se criar uma categoria feminina, pois de fato muitas se interessam pelo cross country. “Se isso acontecer, vou competir na feminina, mas também na masculina, vou mostrar que as mulheres têm condições de disputar de igual para igual com os homens”, afirmou.

Para chegar lá – Mário de Souza Anastácio, não conquistou apenas essa competição, no ano passado ele também venceu, e mais, é o atual campeão nacional da modalidade e dá as dicas de como vencer.

“O segredo é conseguir harmonizar cavalo e cavaleiro, pois o homem não é o único responsável por um bom resultado. Essa harmonia vem do treinamento e, até os dois se acertarem, leva tempo” disse. “O cavaleiro também tem de ser humilde e admitir que não é só o cavalo que erra, na verdade, ele faz o que você quer mas tem de compreender o animal e ter carinho por ele, dessa forma o cavalo também vai passar a gostar do esporte”.

Segundo Mário, o cross country tem algumas diferenças das provas de tambor, nas quais costumam-se montar cavalos da raça Quarto de Milha, mas que quem quiser migrar de esporte vai se adaptar rapidamente. “Aqui nós temos bem mais obstáculos e manobras, contudo, se a pessoa tiver vontade consegue sim”, finaliza.