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Exportadores de frutas demonstram pessimismo nas projeções para o mercado em 2012

27 março 2012 - 03h36Por Rural BR

 O clima no setor de frutas é de pessimismo em relação ao mercado externo em 2012. De acordo com o Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), o volume embarcado apresenta quedadesde 2009, já em meio à crise financeira internacional. A expectativa para este ano é de que o resultado, na melhor das hipóteses, seja de estabilidade em relação a 2011, cujas exportações registraram queda de 10,29% na comparação com 2010, com 681,2 mil toneladas. Já o faturamento subiu 3,94%, com US$ 633,6 milhões.

Na soma de janeiro e fevereiro de 2012, o volume cresceu 8,84%, com 96,3 mil toneladas, e os exportadores faturaram 1,1% a mais, com US$ 68,2 milhões. O engenheiro agrônomo do Ibraf, Clóvis Ribeiro, afirma, no entanto, que isso não sinaliza um cenário positivo para o restante do ano

– A tendência para 2012 não é das melhores. Esses fatores diminuem a nossa competitividade no mercado internacional e devemos trabalhar nos patamares de anos anteriores, entre 600 mil e 700 mil toneladas – aponta.

Na tentativa de reduzir a forte dependência da Europa, que compra cerca de 80% das frutas brasileiras, Ribeiro diz que vem sendo negociada a abertura de novos mercados. Enquanto isso não acontece, a saída para o produtor é o mercado interno, que se mantém aquecido.

– Um dos fatores que justifica a fruticultura brasileira é o mercado aquecido, com bons preços pagos. Então, isso ajuda a manter a produção no campo. O trader tem a capacidade de trabalhar com um mix de produtos diferente de um produtor que só tem uma ou duas frutas para trabalhar. O trader pode trabalhar com mais frutas e outros produtos também – opina.

O diretor da empresa de exportação Daros BR, Marcio Eduardo Bertin, relata que parte dos produtos embarcados é proveniente de uma empresa parceira, que fica em Mogi Mirim (SP). São comercializadas no mercado externo uma média de 100 toneladas de limão por semana. Segundo ele, a crise na Europa e taxa de câmbio, entre outros fatores, contribuem para o enfraquecimento do setor nos últimos anos.

– O mercado ficou muito mais sensibilizado com essa situação e reduziu as compras de alguns produtos, principalmente frutas frescas. Essa incerteza na taxa de câmbio faz com que, na hora da formação do preço, a gente seja pessimista em razão da taxa de câmbio atual. Às vezes, o euro está a R$ 2,37 ou R$ 2,40 e nós utilizamos R$ 2,30, com medo de uma redução no momento do fechamento do câmbio – pontua.

Segundo o empresário, a oferta está alta, as vendas caem e o cliente do exterior paga pouco. Ele explica que, no limão, produzir uma caixa com 4,5 quilos custa o equivalente a 2,8 euros. O preço pago, no entanto, não tem sido maior do que 2,5 euros. A projeção que ele faz para 2012 é de um ano preocupante.

– Vai ser delicado e as pessoas que trabalham de modo tradicional vão ter que ficar atentas às variações de mercado – conclui.

A preocupação do profissional reflete um clima de pessimismo do setor de frutas de uma forma geral.

Ele afirma que uma saída para compensar a queda nas exportações de limão tem sido identificar nichos de mercado para outras frutas. Entretanto, faz um alerta: o planejamento deve ser cauteloso para o investimento não virar prejuízo.

– Tem que fazer ensaios, observar bem o mercado, fazer visitas no seu mercado de destino, ver as possíveis variações, os possíveis contratempos que você pode ter antes de fazer esse investimento – discorre.