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Exportações brasileiras de couro movimentam US$ 126 mi

07 outubro 2010 - 00h00Por MS Rural News

 Como a indústria vem advertindo há meses, o enfraquecimento da moeda norte-americana frente ao real tem causado impacto negativo nos embarques de peças e forte perda de competitividade do setor curtidor brasileiro no mercado mundial 

As exportações brasileiras de couros movimentaram US$ 126 milhões em setembro, receita 31,82% inferior em comparação ao mês de agosto, fruto da desaceleração contínua do dólar frente ao real. Nos nove meses do ano, os embarques registraram US$ 1,29 bilhão, valor 65,1% superior ao acumulado de 2009, ano comprometido pelos efeitos da crise internacional. O cálculo é do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), com base nos dados da prévia da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior. 

“Infelizmente as nossas previsões de uma forte desaceleração estão se confirmando. O resultado de setembro demonstra a forte queda de competitividade provocada por motivos alheios aos esforços da indústria. As exportações caíram do patamar mensal de US$ 150/US$ 160 milhões registrados de março a agosto, para US$ 126 milhões contabilizados entre os meses de setembro de 2009 a fevereiro deste ano”, alerta o presidente do CICB, Wolfgang Goerlich. 

Diante deste cenário desalentador, os curtumes brasileiros vêm enfrentando sérios problemas para exportar, agravados pelo enfraquecimento da moeda norte-americana que atingiu US$ 1,68, a mais baixa taxa desde setembro 2008, auge da crise econômica. “A supervalorização do real está se tornando uma verdadeira doença econômica”, afirma o presidente do CICB. 

Esse quadro é agravado, diz o executivo, pelos fatores já altamente conhecidos do ‘Custo Brasil’ – altas taxas de juros, pesada carga tributária, falta de crédito, a gigantesca burocracia e o ‘apagão logístico do transporte e embarque portuário’” diz ele. 

Segundo o executivo, dados informados no 18º. Congresso Mundial da Carne, realizado recentemente na Argentina, dão conta que o Brasil já saiu do ciclo de baixa produção da pecuária e vem recuperando o seu rebanho bovino (matéria-prima estratégica para a indústria de curtumes), estimado ao redor de 176,6 milhões de cabeças, para um abate de 45/46 milhões contra 43 milhões de abates no ano passado. 

Apesar dos obstáculos e desafios que a indústria curtidora vem enfrentando nos últimos anos, o presidente do CICB salienta o esforço do setor para alavancar a competitividade brasileira, a exemplo da recente implantação das novas instalações do Centro Tecnológico do Couro Senai (RS) para análises e testes químicos e físicos, com equipamentos de última geração, dentre os melhores existentes no mundo. 

Panorama Mundial do Couro – Argentina, Ásia e Europa 

“Ao analisarmos o mercado mundial em setembro notamos que a situação da indústria curtidora argentina continua muito complicada. Segundo informa o Consórcio de Exportadores de Carnes da Argentina, a pecuária bovina e a indústria de carne sofrem conseqüências das desastrosas interferências governamentais”, explica Wolfgang Goerlich, que também é preside o Internacional Council of Tanners - ICT (sigla em inglês para Conselho Internacional dos Curtumes). 

Em 2010 estima-se que serão abatidos apenas 12 milhões de animais para uma exportação de 320 mil toneladas de carne, patamar inferior ao ano de 2000, quando o abate chegou a 12,4 milhões e os embarques atingiram 342 mil toneladas. 

Já o panorama do mercado asiático nos sete meses de 2010 mostra que a China/Hong Kong adquiriram 8% menos couros salgados dos Estados Unidos do que em igual período de 2009. Coréia, que adquiriu 3,4 milhões de couros salgados, e Taiwan, com 1,45 milhões de aquisições, ocuparam a segunda e a terceira posição no ranking de compradores do mercado norte-americano. 

Segundo Goerlich, já nos couros wet-blue, a Itália, com 804,36 peças, foi a maior compradora de produtos dos EUA, depois da China. Ao analisar o impacto na baixa de preços no mercado mundial, o executivo assinala que, como os chineses não retornaram ao mercado europeu e os italianos adquiriram na última semana de setembro somente o necessário, e com isso o mercado de couros crus enfraqueceu e os preços em euro baixaram. 

“No entanto, essa redução nos preços não se refletiu adequadamente nas cotações de couros em dólar, devido ao fortalecimento da moeda européia frente à norte-americana. O que se espera são mais ajustes de modo a tornar os couros da Europa novamente competitivos no mercado mundial”, assinala. 

Para o presidente do CICB e do ICT, no mês de setembro houve aumento da demanda por couros para móveis, “o que cresceu a expectativa do mercado para a Lineapelle, feira internacional de peles, acessórios e calçados, que se realiza agora em outubro, em Bologna, Itália”. 

As informações são da assessoria de imprensa da Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB).