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Exportação de milho em setembro caminha para recorde

22 setembro 2010 - 00h00Por Agrolink

Pela movimentação dos navios nos portos, as exportações de milho do Brasil neste mês poderão atingir um recorde mensal ou ficar bem próximas de batê-lo, disseram fontes do mercado nesta terça-feira.

Os maiores embarques mensais do cereal até hoje do país foram registrados em outubro de 2007, quando as exportações em um mês somaram 1,8 milhão de toneladas, segundo dados do Ministério da Agricultura.

"Pelas nomeações (de navios) tem mais (do que 1,8 milhão) para embarcar (em setembro). Já vi número até de 2 milhões, mas acho que não embarca tudo, porque até o dia 15, 16 de setembro, tinha 800 mil e poucas carregadas", afirmou o responsável por exportações de uma importante multinacional do setor.

"Assim, se simplesmente dobrasse o volume (considerando os embarques na segunda quinzena de setembro), chegaria em 1,6 milhão... É bem possível que chegue perto do recorde, ficando entre 1,4 a 1,6 milhão de toneladas", acrescentou o trader, que prefere ficar no anonimato.

Dessa forma, as exportações de setembro superariam o volume de agosto, quando o Brasil exportou 1,19 milhão de toneladas.

"Está grande o embarque no mês, acho que pode bater (o recorde)... Eu acho que dá 1,9, pelo que vi de tudo que tem que embarcar. E as condições nos portos estiveram boas, choveu um pouquinho agora, mas não atrapalhou muito não", disse um corretor do Paraná, que também prefere ficar anônimo.

Uma terceira fonte de uma exportadora no porto de Paranaguá (PR) confirmou: "Parece que é como se estivesse no pico da soja, mas é milho que está operando".

No segundo semestre, após encerrado o período de pico de exportação de soja, o Brasil tradicionalmente exporta mais milho. Mas nesta segunda metade do ano as exportações devem registrar volumes mais expressivos, como ocorreu em agosto, por conta de um programa do governo brasileiro conhecido como PEP (Prêmio de Escoamento do Produto), que subsidia para os compradores o frete do interior do país até os portos.

O governo leiloou contratos de PEP equivalentes a quase 11 milhões de toneladas para apoiar a comercialização da safra 2009/10. E espera-se que pelo menos 9 milhões do volume total seja destinado à exportação.

Os compradores dos contratos (tradings ou indústrias) recebem a subvenção se comprovarem o escoamento do produto e também o pagamento de um preço pré-determinado aos produtores, que cobre os custos de produção --após os leilões, as cotações internas que estavam fragilizadas, ficaram mais firmes.

As multinacionais foram as principais participantes dos leilões.

Entre os destinos do milho do Brasil figuram Espanha, Portugal, Holanda, além de países do Oriente Médio e Ásia, especialmente Coreia do Sul e Malásia, segundo a fonte.

SEM NOVOS NEGÓCIOS

No acumulado ao ano até agosto, os embarques do Brasil somam aproximadamente 3,5 milhões de toneladas, contra 3,9 milhões de toneladas no mesmo período do ano passado.

O volume exportado até o momento deverá pelo menos dobrar até o final do ano. Com os leilões de PEP, estima-se que o Brasil exporte entre 8 e 10 milhões de toneladas em 2010, contra 7,7 milhões de toneladas em 2009.

E é provável que as vendas externas apoiadas pelo PEP prossigam fortes até o início do próximo ano. Mas isso não tem relação com a recente alta nos preços de Chicago, segundo o corretor. E isso com os leilões do governo.

"Nem com preço acima de 5 (dólares por bushel em Chicago) viabiliza exportação (sem PEP). O produtor está sentado em cima. O que tinha que ser vendido na exportação já foi vendido por meio de leilões", disse ele.

Com a alta nos preços do mercado interno, em meio à expectativa de redução drástica na safra de verão e com um mercado mais firme em Chicago, o corretor afirmou que o milho no interior está liquidando acima do valor FOB no porto de Paranaguá.

Por informes de produtividades mais baixas que o esperado nos Estados Unidos, os preços têm registrado um rali nos últimos dias em Chicago, para perto do maior valor em dois anos. Isso pode beneficiar o país, que consome a maior parte da produção internamente, mas que nos últimos anos está aparecendo entre os três maiores exportadores do cereal do mundo.