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Ex-pescadores profissionais guiam turistas nos rios em Corumbá

16 janeiro 2012 - 11h49Por G1 MS

Por estar localizada às margens do rio Paraguai, no Pantanal de Mato Grosso do Sul, a cidade de Corumbá tem a pesca como foco para atrair turistas. Quem aprecia a atividade pode contratar os serviços de personagens locais conhecidos como "piloteiros", que são ex-pescadores profissionais que atuam como guias, usando a experiência para ajudar os turistas.

Celestino Camaniego, 70 anos, conhecido como Preto, é um dos piloteiros mais antigos de Corumbá. Ele pode ser encontrado junto com os colegas no Porto Geral da cidade, onde eles ficam reunidos à espera de serviço. “Eu era pescador profissional, mas foi ficando difícil. Não tinha para quem vender o peixe, porque o frigorífico da cidade fechou. No final da década de 1970, o turismo estava avançando, e o pescadores e filhos de pescadores profissionais foram virando piloteiros”, disse Camaniego.

A experiência, segundo ele, ajuda a atrair turistas. “Tem que conhecer bastante o rio para achar o peixe. Hoje, eles [turistas] vêm pescar mais para se distraírem, como um passeio”, afirma o piloteiro.

Os serviços de piloteiros são ideais para turistas que pescam sozinhos ou em grupos menores, tendo em vista a capacidade dos barcos. O cliente paga uma taxa pelo serviço e o combustível que será utilizado. Iscas, bebidas e material de pesca também são por conta do turista. O custo fica em torno de R$ 200.

Barcos-hotéis
Turistas que viajam em grupos, com integrantes que pescam e outros que vão só para acompanhar, têm a opção de fretar um dos barcos-hotéis disponíveis em Corumbá. A presidente

da Associação Corumbaense das Empresas Regionais de Turismo (Acert), Joice Marques, explica que as embarcações percorrem o rio Paraguai e vão parando em alguns momentos para realização da pescaria e contemplação da paisagem.

“Há barcos tipo chalana e outros com características de navio. A estrutura deles evoluiu bastante, estão todos modernizados”, disse.

Segundo ela, todas as embarcações atracam no Porto Geral da cidade e partem geralmente às 8h. O turista tem à disposição passeios com diferentes durações, para encaixar com o tempo que pretende ficar no município.

Nos passeios de meio período, o barco percorre 30 quilômetros de rio durante três horas, em média. Outra opção é percorrer 50 quilômetros de rio, saindo pela manhã e voltando no fim do dia, com almoço incluído.

Quando o tempo de estadia é maior, os turistas podem fazer o cruzeiro de pesca e passar quase uma semana no rio Paraguai. “O barco parte às 16h e navega para chegar a um ponto de pesca bacana. Dentro do barco-hotel tem um barco menor que sai todos os dias para levar os passageiros para pescar. Ele [barco menor] tem seis metros de comprimento, cadeira giratória almofadada, rádio de comunicação e colete salva vidas”, explica a presidente da Acert.

Cruzeiro no Pantanal
Por conta da piracema, que é o período de reprodução dos peixes, todo tipo de pesca é proibido de novembro a janeiro. Nesse período, os barcos-hotéis oferecem passeios de cinco dias pelo Pantanal, com direito à contemplação da paisagem e visita a monumentos históricos.

Segundo Joyce, geralmente os barcos partem do Porto Geral e seguem direto para o Forte Coimbra. No local, é servido almoço com churrasco de chão.

No segundo dia, o ápice da viagem é um safári pela Estrada Parque. O barco ancora no Porto da Manga e os passageiros seguem em uma caminhonete até uma fazenda onde passam o dia, retornando à embarcação ao cair da noite.

O terceiro dia tem um mergulho nas águas cristalinas do rio Negrinho e, no quarto dia, o barco retorna para Corumbá.

Joyce explica que os barcos-hotéis fecham pacotes por grupos. Para não correr o risco de zarpar com poucas pessoas à bordo, as empresas de turismo predefinem datas em que fazem os encaixes de pessoas que viajam a Corumbá.

Quem não pesca
Turistas que não gostam de pescar podem fazer um roteiro cultural pela cidade ou até compras na Bolívia, atravessando a fronteira que fica a poucos quilômetros da cidade. Para chegar ao outro país, as opções são táxi e ônibus.

É possível ainda visitar a estátua de Cristo, que fica no alto de um mirante no Morro do Cruzeiro. A imagem tem 12 metros de altura e o caminho para chegar até ela conta a trajetória da via-sacra. São várias estátuas colocadas no local para relembrar as 14 estações da Paixão e Morte de Cristo.

Quem gosta de artesanato pode passar na Casa de Massabarro. No local, os turistas pagam uma taxa de R$ 10 e aprendem a fazer esculturas de bichos pantaneiros. Ao final da aula, eles levam o objeto como souvenir.