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BOI GORDO

Estabilidade absoluta nos preços da arroba nas praças pecuárias brasileiras

Na última semana de julho, frigoríficos e pecuaristas evitam fechar negócios; analistas mantêm previsão de alta na arroba a partir dos próximos meses

28 julho 2022 - 07h33Por DBO Rural

Como apontado pela IHS Markit ao longo da semana passada, os últimos dias úteis de julho seguem caracterizados pela baixa liquidez nas operações de compra e venda de animais terminados em todas as principais regiões pecuárias do País.

Segundo os analistas da IHS, as escalas dos frigoríficos brasileiros seguem razoavelmente avançadas, enquanto a oferta de boiadas gordas continua escassa nas principais praças do País. Além da posição de cautela das indústrias compradoras, muitos pecuaristas aguardam melhores condições de preços para retornar ao mercado e negociar os lotes terminados no primeiro de confinamento.

Nas praças do interior de São Paulo, a pressão é de baixa nos preços da arroba e preços abaixo da referência têm sido testados, mas poucos negócios foram concretizados nesta quarta-feira (27/7), informa a Scot Consultoria. Com isso, o valor de referência do boi gordo paulista segue estável em R$ 310/@, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas por R$ 280/@ e R$ 300/@, respectivamente (preços brutos e a prazo).

Pelo “boi-China” (abatido mais jovem, até 30 meses de idade), paga-se R$ 320/@ em São Paulo, segundo a Scot. Pelo levantamento da IHS Markit, as escalas de abate dos frigoríficos brasileiros encontram-se preenchidas, com disponibilidade de lotes até a primeira sexta-feira de agosto.

Por isso, reforça a consultoria, as indústrias permanecem ausentes das compras, porém a especulação baixista vem perdendo força no mercado brasileiro do boi gordo, devido principalmente ao avanço do período de entressafra de animais terminados a pasto.

Nas últimas semanas, as escalas de abate foram compostas, em sua maior parte, por animais provindos de confinamento (referente ao primeiro giro de engorda). Na avaliação da IHS, parcerias entre indústrias e pecuaristas envolvendo operações de confinamento (muitos deles em boiteis) proporcionam a formação de escalas de abate mais confortáveis.

Porém, dizem os analistas da IHS, “essa oferta (de animais de cocho) é controlada e restrita, e deve registrar sinais de exaustão a partir da segunda quinzena de agosto”.

A consultoria lembra que a oferta de animais provindos do primeiro giro de confinamento foi reduzida este ano devido aos altos custos dos insumos que compõem a ração animal, sobretudo o milho, que disparou de preço ao longo do primeiro trimestre do ano.

Com isso, diz a IHS, os sinais apontam para uma oferta mais enxuta de animais terminados durante a segunda metade do de agosto, fator que deve contribuir para a retomada de alta nos preços da arroba.

“Ainda não é possível apontar a magnitude desses avanços, que devem seguir as diretrizes do tamanho do apetite das exportações, principalmente ao mercado da China”, observa a IHS. No mercado atacadista, os preços da carne bovina permanecem estáveis, refletindo um certo equilíbrio entre oferta e demanda.

“Diante do consumo doméstico que não ganha tração, bem como os estoques excedentes de cortes destinados ao mercado doméstico (sobretudo do dianteiro), os preços da carne bovina registraram ajustes negativos”, relata a consultoria. Mesmo assim, muitos consumidores seguem optando por proteínas concorrentes em valores mais baratos, como o frango e a carne suína.