A Escola Fazenda São Bento terá as primeiras carteiras eletrônicas de uma região rural brasileira. Serão 20 lap-tup-niquins, como também são conhecidas, devem chegar à fazenda de São Bento, no Pantanal (MS), em fevereiro do ano que vem, início do ano letivo.
A primeira experiência com as lap-tup-niquim foi em uma escola pública municipal da cidade de Serrana (SP), próxima a Ribeirão Preto.
Graças aos bons resultados apurados em uma pesquisa encomendada pela Universidade Estadual de Campinas, Unicamp, com financiamento da Faperj, o Ministério da Ciência e Tecnologia resolveu ampliar o uso da carteira digital na rede pública de ensino. O índice de reprovação dos alunos que usam as carteiras eletrônicas diminuiu e os alunos se mostraram mais qualificados, tendo a internet ao lado.
“Nosso objetivo é utilizar tecnologia de baixíssimo custo, por isso investimos em patentes brasileiras” disse o autor da patente e gerente da Política de Desenvolvimento Produtivo de Displays do governo federal e um dos responsáveis pela patente do lap tup-niquim, Victor Pellegrini Mammana.
“Cada computador atende cinco alunos, mas é como se cada um estivesse vivendo uma experiência individual. Esta característica nos ajuda a economizar nos equipamentos e nos custos”.
A idealizadora do projeto e professora aposentada da Unicamp, Afira Ripper, acredita que a tecnologia vai diminuir a defasagem da escola rural.
“Acredito que as carteiras eletrônicas vão nos ajudar a queimar etapas. Acho que é possível fazer um projeto piloto para levar novas tecnologias para área rural, que precisa de tecnologia. Quem trabalha com a criação de boi precisa ter conhecimento de informática, pois os animais têm que ser rastreados. Mas, infelizmente, os professores são leigos, não tem formação específica”, afirmou.
Segundo ela, o objetivo é construir uma escola de tempo integral, pois em casa as crianças não têm nem mesa para fazer as lições de casa. “No mundo todo a escola funciona em tempo integral, não entendo porque no Brasil adotaram essa forma. Dessa forma, eles podem ter aulas de manhã, e à tarde, têm tempo para fazer as lições de casa, auxiliados pelos próprios professores”, argumenta a professora.