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BOI GORDO

Escalas alongadas e oferta acima da demanda pressionam as cotações

A chegada dos primeiros lotes de animais oriundos do segundo giro de confinamento começa a dar sinais de desequilíbrio no quadro de oferta e demanda

15 setembro 2022 - 07h38Por DBO Rural

O mercado brasileiro do boi gordo fechou a quarta-feira (15/9) com uma nova rodada de baixa nos preços da arroba, sobretudo nas praças do Centro-Oeste do País, informam as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário.

“As escalas alongadas das indústrias frigoríficas e a oferta de boiada gorda acima da demanda renovam a pressão de baixa no mercado físico”, relatam os analistas da IHS Markit. Segundo a consultoria, a chegada dos primeiros lotes oriundos do segundo giro de confinamento trouxe um certo desequilíbrio no quadro de oferta e demanda de animais para abate.

Tal cenário, continua a IHS, foi observado nesta quarta-feira em algumas praças monitoradas pela consultoria, principalmente no Mato Grosso, responsável pelo maior rebanho de corte do País, e uma das regiões brasileiras com grandes estruturas voltadas à engorda dos animais em cocho.

Na avaliação da consultoria, muitos frigoríficos brasileiros seguem operando com cautela nas compras da matéria-prima, o que ajuda a explicar a tendência de baixa da arroba em algumas regiões.

O problema é que, apesar do ritmo forte das exportações brasileiras de carne bovina nestas duas primeiras semanas de setembro, a demanda doméstica continua apática, refletindo o menor poder de compra da população brasileira.

Dados desta quarta-feira da IHS apontam quedas nos preços do boi gordo na maioria das regiões do Mato Grosso. Nas praças de Cáceres, Tangará da Serra e Barra do Garças, os preços recuaram de R$ 267/@ para R$ 265/@.  Em Cuiabá, o macho terminado saiu de R$ 266/@ para R$ 263/@.

Nas praças de Goiânia e Rio Verde/Sul, ambas em Goiás,  o boi gordo recuou de R$ 270/@ para R$ 265/@, informa a IHS, acrescentando que alguns frigoríficos locais prologaram as suas escalas de abate para a primeira semana de outubro.

Nas praças paulistas, as indústrias também operam com programações de abate confortáveis – em sua maioria, com setembro praticamente fechado, informa a Scot Consultoria. O boi gordo paulista segue cotado em R$ 290/@, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas, respectivamente, por R$ 270/@ e R$ 282/@ (preços brutos e a prazo), segundo os dados da Scot.

Bovinos destinados ao mercado da China (abatido mais jovem, com até 30 meses) estão cotados em R$ 300/@ (base SP, preço bruto e a prazo), acrescenta a Scot. No mercado futuro do boi gordo, negociado na B3, chama a atenção a grande  discrepância de valor entre os contratos de outubro/22 (R$ 307,95/@) e de novembro/22 (R$ 316,50) – ou seja, quase R$ 10 de diferença.