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Empresa chinesa de sementes quer liderar mercado brasileiro em cinco anos

05 junho 2018 - 23h34Por Revista Globo Rural

Lançamento de uma nova marca de sementes híbridas de milho, o investimento na construção de oito novas plantas no país, expansão das atividades para a América Latina e metas de entrar no mercado de soja no próximo ano e de, em cinco anos, dobrar o market share em milho, alcançando 30%. Tudo isso faz parte do ambicioso plano de expansão da Longping-High Tech, novo nome da LP Sementes, empresa adquirida pelos chineses no final do ano passado por R$ 1,1 bilhão junto à Dow Sementes.

“Não existe nenhum país do mundo com capacidade para aumentar tanto sua produção agropecuária nos próximos anos como o Brasil”, disse o presidente mundial da Longping, Zang Xiukuan, que falou com os jornalistas de Pequim, por teleconferência. Segundo ele, a China domina a área de biotecnologia em sementes e vai trazer todo seu conhecimento para atender os clientes no Brasil.
 
O plano é integrar os bancos de germoplasma da Ásia e EUA com os do Brasil para desenvolver novas variedades que atendam ao produtor brasileiro, das Américas e de outros mercados mundiais. A empresa chinesa, que é líder de mercado em sementes na Ásia, sétima no ranking mundial e que tem unidades também nos EUA, faz parte do Citic Group, o maior conglomerado econômico da China, que mantém um fundo para investimentos em agronegócio no mundo.
 
A nova marca premium de sementes, Forseed, já nasce com um portifólio de 12 variedades, e vai se juntar à também premium Morgan, comercializada pela companhia desde dezembro de 2017 no país. O foco da Forseed é fornecer sementes específicas para cada microclima, solo e época de plantio, visando gerar mais produtividade e menos riscos ao produtor.
 
Mozart Fogaça Junior, diretor-geral América Latina, disse que a mudança do nome se deve a uma estratégia de reposicionamento da marca. “Ser uma companhia global e ter um nome local mostrava uma contradição. Então, adotamos o nome da empresa em todo o mundo.” Os planos da Longping, que inclui abrir novas plantas no país e estações experimentais de pesquisa para se somar às quatro plantas existentes, foram apresentados em convenção para cerca de 400 distribuidores e clientes preferenciais da empresa.
 
Os executivos não divulgam o investimento, apenas afirmam que já há capital estruturado para um plano de 10 anos e que uma das novas plantas industriais deve ser instalada no Rio Grande do Sul.
 
Segundo Mozart, a estratégia do grupo está focada no milho, com a intenção de liderar esse mercado no Brasil em dois ou três anos _a Dow Sementes era a primeira no ranking brasileiro do grão. Mas, já no próximo ano ou em 2020, a Longping pretende investir também em outras culturas no Brasil e América Latina, começando pela soja e depois o sorgo. “Nossa expectativa é que a produção de milho, um mercado atual de 17 milhões de hectares, continue crescendo a um ritmo de 3% a 4% por ano, na esteira do aumento da soja.”
 
Segundo o diretor, parte desse otimismo se deve à instalação de novas usinas de etanol de milho no Centro-Oeste. Mozart afirmou ainda que a Longping não irá imitar seus concorrentes, que também investem em agroquímicos. “Nosso foco continuará sendo trabalhar para oferecer sementes melhores e mais produtivas.” Em setembro, a empresa vai lançar um novo pacote tecnológico em suas marcas.
 
Logística
 
O presidente mundial disse que um dos setores que o grupo planeja investir no Brasil é o de logística, para diminuir gargalos do escoamento da safra de grãos. No ano passado, a Longping adquiriu cinco empresas de sementes no mundo, entre elas a operação da Dow no Brasil.
 
Os chineses dizem não se preocupar com a instabilidade política e econômica atual do Brasil porque seus projetos são para dezenas de anos. “Estou certo de que o Brasil vai encontrar soluções para os seus problemas”, disse Kevin Chem, supervisor das operações da Longping no país.