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Embrapa anuncia revolução no melhoramento genético do gado leiteiro

09 maio 2018 - 01h26Por Revista Globo Rural

A pecuária de leite brasileira nunca mais será a mesma. A Embrapa Gado de Leite, de Juiz de Fora (MG), divulgou nesta terça-feira (8), em São Paulo, o primeiro produto de avaliação genômica para rebanhos leiteiros. “O objetivo é selecionar animais geneticamente superiores em muito menos tempo”, anuncia Paulo do Carmo Martins, chefe geral da Embrapa e meu conhecido há mais de 30 anos.

A tecnologia é chamada Clarifide Girolando. Paulo Martins estava particularmente satisfeito por conta de a girolando ter sido a raça escolhida para as experiências. Ela é formada no Brasil por meio da cruza da zebuína gir com a europeia holandesa. Martins estava confiante também por acreditar que a Clarifide irá revolucionar o melhoramento genético de rebanhos leiteiros. “É que para avaliar um reprodutor ou uma matriz hoje pode-se levar de 6 a 7 anos, já que os resultados são provenientes das progênies, ou seja, dos seus filhos. Agora, assim que o indivíduo acaba de nascer, já é possível conhecer o potencial genético dele”, diz. Os resultados, inclusive econômicos, são evidentes”, diz.
 
Paulo Martins ressalta ainda o trabalho em conjunto da Embrapa com as empresas privadas. “É uma experiência pioneira e vitoriosa. Nós não trabalhávamos antes com as empresas”, afirma. Além da Embrapa, participam a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, a CRV Lagoa, central de inseminação, e a Zoetis, líder mundial em saúde animal.
 
Agora é Marcos Vinicius Barbosa, pesquisador da Embrapa, quem fala: “A avaliação genômica abre grandes possibilidades para o melhoramento dos rebanhos. Permite, por exemplo, que o animal seja avaliado antes mesmo de nascer. É possível retirar uma pequena amostra (dez células) de um embrião após sete dias da fecundação In Vitro e por meio dessas poucas células analisar todo o seu genoma.”
 
Segundo Barbosa, além da confiabilidade das informações, a redução do tempo de avaliação dos animais possibilita redução dos custos. “Permite a participação de pequenos e médios produtores nos testes”, afirma. As experiências tiveram início em 2010. Já foram investidos R$ 2 milhões, segundo os entrevistados. Já foram genotipados 500 touros e 6.000 vacas girolando. É um número expressivo.