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Descrédito após a Carne Fraca ameaça frigoríficos neste ano

11 janeiro 2018 - 12h26Por Valor Econômico

Apesar de comercialmente recuperados do baque causado pela Operação Carne Fraca, os frigoríficos brasileiros começaram o ano ameaçados em diversas frentes. A Rússia, crucial às exportações das carne suína e bovina, segue fechada, enquanto os riscos oriundos de Hong Kong e União Europeia continuam a pairar no horizonte.

 
A avaliação corrente no setor é que, a despeito da rápida e eficaz reação do Ministério da Agricultura para recuperar as dezenas de mercados que embargaram temporariamente as carnes do Brasil, o país perdeu muito em credibilidade na política sanitária global.
 
“A Carne Fraca criou um estigma em reação ao Brasil”, reconheceu o presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), Péricles Salazar.
 
Desde março do ano passado, quando a investigação da Polícia Federal foi deflagrada, importadores encontraram uma desculpa para as posições que antes seriam mais associadas ao protecionismo.
 
A maior fragilidade em relação aos argumentos protecionistas não é a única sequela da Carne Fraca. Há uma outra relacionada à capacidade de resposta do Brasil.
 
Quando realizou, no segundo trimestre do último ano, um périplo de encontros internacionais para resgatar os mercados que se fecharam às carnes brasileiras, o Ministério da Agricultura prometeu uma série de respostas e alterações do sistema de inspeção sanitária. O problema é que a maior parte da legislação sequer chegou ao Congresso Nacional, e respostas a dúvidas de importadores não foram satisfeitas a contento.
 
A Pasta também prometeu um concurso público para contratar 300 veterinários, mas o processo ainda não foi finalizado e deve demorar mais alguns meses para os novos profissionais começarem a atuar de fato nos frigoríficos.
 
Questionado sobre as fragilidades do Brasil, o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Eumar Novacki, admitiu que há “interesses comerciais em jogo” que fazem países importadores pedirem mais agilidade nas medidas na área sanitária. Mas ponderou que a Pasta vem se esforçando para contratar mais fiscais e elaborar um projeto de lei para reestruturar a Secretaria de Defesa Agropecuária.