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Conab prevê quebra de 12% na produção do milho safrinha

11 agosto 2011 - 11h57Por Diario MS

Conab (Companhia Nacional do Abastecimento) e IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgaram ontem levantamentos da safra de grãos no Brasil, e ambos prevêem queda na produção do milho safrinha em Mato Grosso do Sul. No entanto, especialistas da região acreditam que a safra pode surpreender este mês, com índices de queda no sul do Estado, ainda maiores do que o estimado.


Para a Companhia, a produção deve ser 12,7% menor este ano, em comparação com a safra passada. Para o IBGE, a quebra deve ficar em 11,1%. “As primeiras áreas vão atingir esse valor mesmo, são as lavouras que tiveram menor prejuízo com a seca e com a geada. Agora é que a colheita vai começar a entrar nas áreas mais problemáticas, em que a quebra deve ficar maior do que isso aqui na nossa região”, afirma Bruno Tomasini, presidente da Aeagran (Associação dos Engenheiros Agrônomos da Grande Dourados).


Algumas áreas, que foram plantadas muito longe do prazo recomendado pelo zoneamento agrícola e que sofreram de forma mais impactante com a geada, não serão nem colhidas. “Algumas nem compensa passar a máquina”, afirma Tomasini. Parte das lavouras plantadas dentro do período certo, também não saiu ainda do campo.


Até agora, a estimativa é de que a colheita tenha alcançado entre 30% e 40% nas lavouras no sul do Estado. Um atraso em relação a outros Estados do centro-sul brasileiro, que estão com toda a safra de milho praticamente colhida, segundo a Conab. “Tem área que já era para ter começado há 15, 20 dias atrás, mas está com muita umidade e temperaturas frias, o milho não seca para colher”, afirma o presidente do GPP (Grupo Plantio na Palha), Ângelo Ximenes.


O presidente do grupo também acredita que a quebra na produção do milho que está para ser colhido, deve ficar acima da média estipulada pelos institutos de pesquisa. Com a queda na produtividade, esperada nas lavouras que vão sair do campo na segunda quinzena de agosto, a quebra pode alcançar até 20% das lavouras em MS.

LEVANTAMENTOS


A qualidade do grão também é alto preocupante, segundo Ximenes. E este é um dos pontos apresentados pela Conab em relatório do levantamento divulgado ontem. “A qualidade do produto colhido no Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo deve sofrer comprometimento da qualidade pela ação da geada e do excesso de chuva no período da colheita e em alguns casos pela interação dos dois eventos”, informa a companhia.


A pesquisa da Conab foi feita por 69 técnicos do órgão, que entraram em contato com ‘produtores rurais, agrônomos e técnicos de Cooperativas, Secretarias de Agricultura, Órgãos de Assistência Técnica e Extensão Rural (oficiais e privados), Agentes Financeiros e Revendedores de insumos’, entre os dias 18 e 22 de julho deste ano.


O levantamento da companhia indica aumento na área plantada com milho, que este ano é de 946,8 mil hectares, 14,1% a mais do que na safra passada. Já a produtividade deve ficar menor em 23,5% em relação ao ano anterior, sendo esperada a média de 3.100 quilos por hectare nesta safrinha 2011. É prevista pela Conab uma produção de 2.935,1 mil toneladas este ano, 12,7% a menos em comparação com a safrinha 2010.


Já o IBGE deu destaque para o atraso na colheita no Brasil, e o impacto dos adventos climáticos nas lavouras do Estado. “A colheita iniciada em junho desenvolveu-se de forma lenta em julho, totalizando até o final do período apenas 13% da área prevista. Vale destacar ainda que, no Mato Grosso do Sul, além da estiagem, o milho 2ª safra também foi atingido pelas geadas resultando numa redução na produção de 11,1%”, informa o instituto de pesquisa.