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BOI GORDO

Com escalas alongadas, frigoríficos se afastam dos negócios e miram o varejo

Preços da arroba ficam estáveis na maioria absoluta das praças pecuárias; indústrias aguardam retomada da demanda doméstica de carne bovina

02 agosto 2022 - 07h31Por DBO Rural

Com escalas de abate alongadas nas praças brasileiras, os compradores, em sua maioria, ficaram fora das compras de boiada gorda nesta segunda-feira, 1º de agosto, informam as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário. No interior de São Paulo, os preços do boi, da vaca e da novilha gordos permaneceram estáveis, segundo apurou a Scot Consultoria.

Dessa maneira, o macho anelorado, destinado ao mercado interno (sem premiação), continua valendo R$ 308/@ nas praças paulistas, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas por R$ 280/@ e R$ 300/@, respectivamente (preços brutos e a prazo), de acordo com a Scot. Negócios envolvendo bovinos abatidos mais jovens (até 4 dentes), padrão-China, saem por R$ 320/@ em São Paulo.

Segundo os analistas da IHS Markit, o mercado físico do boi gordo iniciou o mês de agosto com liquidez quase nula de negócios, condição atribuída à posição de cautela entre os agentes do setor. “O aumento da oferta de animais terminados, tanto no sistema a pasto quanto no primeiro giro confinamento durante julho, permitiu que muitas unidades de abate adentrassem agosto com menor necessidade de compra de boiada gorda”, justifica a IHS.

Nesse contexto, o volume de operações no mercado brasileiro do boi gordo seguiu esparso, ambiente que vem contribuindo para a lateralidade dos preços da arroba. As poucas indústrias frigoríficas que foram às compras nesta segunda-feira sinalizam valores abaixo das máximas vigentes, mas sem grandes êxitos na efetivação de novos negócios em volumes mais significativos, informa a IHS.

Porém, em algumas praças pecuárias, há relatos de que algumas plantas frigorificas não estão mais conseguindo alongar as suas escalas de abate para além da primeira quinzena de agosto. “Acredita-se na existência de uma lacuna de oferta entre o final de agosto e começo de setembro”, afirmam os analistas da IHS.

Para a consultoria, antes da chegada de animais confinados no segundo giro, a queda de braço entre compradores e vendedores de gado deverá ganhar intensidade. Em relação ao mercado externo, o ritmo dos embarques de carne bovina brasileira ainda exerce papel fundamental na formação de preços mais atrativos aos frigoríficos, já que as vendas no mercado doméstico continuam enfraquecidas pelo baixo poder aquisitivo da população, afetada pelos avanços da inflação registrados nos últimos meses.

“A estratégia (dos frigoríficos) ainda é manter uma oferta de carne bovina bem ajustada ao consumo vigente”, relata a IHS. No mercado futuro do boi gordo, o cenário também é de baixa liquidez, informam os analistas. Os preços futuros dos contratos com vencimento para este segundo semestre continuam operando abaixo do patamar de R$ 330/@, informa a IHS.

Na última sexta-feira (29/7), o papel com vencimento em outubro/22 (pico da entressafra de boiada terminada a pasto) estava valendo R$ 323,15/@, ante o valor de R$ 334,85 apontado para este mesmo contrato em 30 de junho/22 – ou seja, no período de 30 dias, as cotações futuras para outubro recuaram 3,5%.

Neste ano, segundo a IHS, muitas indústrias frigoríficas trabalharam em parcerias com alguns agentes para garantir a oferta de matéria-prima no pico da entressafra do boi no Brasil. “Há relatos de boiteis de frigoríficos que farão mais de dois giros este ano devido ao quadro de desanimo dos pecuaristas em levar a boiada para o cocho”, informam os analistas da IHS.

Atacado/varejo

A virada de mês e expectativa de melhora no consumo interno de carne bovina nas próximas semanas (devido sobretudo ao pagamento dos salários) deram fim ao movimento de queda nas cotações da carne bovina com osso, relata a Scot Consultoria.

Os ajustes positivos vêm puxados principalmente pelo dianteiro, que apresentou alta de 5,6% no comparativo semanal. A carcaça casada de bovinos castrados está cotada em R$ 19,37/kg e a de bovinos inteiros em R$ 17,92/kg, incremento de 2,4% e 4,7%, respectivamente, na comparação feita semanalmente, informa a Scot.