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Com aumento de oferta e baixa demanda, preço do bezerro pode cair 20% em 2017

03 março 2017 - 00h00Por Notícias Agrícolas

Os criadores devem enfrentar um ano difícil. As dúvidas relacionadas ao mercado do boi gordo e a tendência baixista para a reposição estão entre os principais fatores de dificuldade em 2017.

Considerando as médias de todas as categorias e estados analisados pela Scot consultoria, o mercado de reposição apresentou queda de 0,7% na última semana. Na comparação anual o recuo é 1,8%.

Segundo projeções do administrador da Fazenda 3R, no Mato Grosso do Sul, Rogério Rosalin, o preço do bezerro deve encerrar 2017 com retração de 20% em relação ao ano passado.

"Hoje se fala em bezerro a R$ 1.000,00 na região do Figueirão (MS), no passado se vendia o mesmo bezerro até R$ 1.500,00. No caso das bezerras fala se hoje no valor de R$ 700,00 e ano passado era R$ 1.200,00 cab", diz Rosalin.

O administrador lembra que os criadores de bezerro tem um custo elevado para manutenção da vacada. Em sua propriedade a produção de um bezerro custa em média R$ 400. Por isso, a expectativa é de que, "na maioria dos casos, a atividade fechará no vermelho".

As quedas nos preços dos animais de reposição são impulsionadas pelo aumento na disponibilidade de animais. Nos últimos anos o movimento de retenção de matrizes elevou a produção bezerros.

Somado a isso, a queda no consumo per capita de carne bovina enfraqueceu a cotação do boi gordo e os pecuaristas agora tem pouca intenção em repor o rebanho.

Assim, mesmo com a reposição mais barata neste ano a procura por esse tipo de animal ainda é pequena, visto que as quedas da arroba terminada são mais acentuadas. A arroba do boi gordo, no Centro-Sul do país, recuou em média 4,2% em 2017, ao passo que a queda do bezerro anelorado foi de 1,4% desde o início do ano.

"Esse é o problema, a economia esta retraída em todos os setores, o mercado de reposição está muito parado, não se tem mais comprador de bezerro como antes, os grandes estão se organizando e fazendo o ciclo completo", acrescenta Rosalin.

Para ele 2017 será um ano desafiador à atividade. Há poucas expectativas positivas de retomada da demanda e os criadores devem buscar o diferencial em novos nichos de mercado.

Como consequência desse cenário os criadores poderão reduzir os investimentos neste ano, gerando menor produção no ciclo, diz acreditar Rosalin.

No curto prazo, fica a expectativa quanto ao comportamento da demanda e do mercado do boi gordo, que são fatores determinantes para compor o cenário da reposição.