A apresentadora da Rede Globo Ana Maria Braga usou há alguns dias atrás um colar e brincos feitos de arroz, segundo ela para protestar contra o preço do grão que em virtude da escassez e da demanda chegou a ter a venda limitada em alguns estabelecimentos.
A manifestação, aliás, vai contra até a linha de marketing da rede, que em intervalos de sua programação enaltece o agro colocando-o como “pop” e “tech”.
A grande pergunta é se a apresentadora tem conhecimento do por que está protestando, já que o “padrão global” de alguns globais é ignorar a raiz do problema quando se aventura a criticar sem conhecimento.
O presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Jonatan Pereira Berbosa reagiu: "não se faz ironia em tempos de pandemia". As razões obviamente são do mercado atual, ressalta ele, cujos fatores atuam em concurso: houve o aumento nas exportações brasileiras, a valorização do dólar ante o real e também a pressão doméstica – o pagamento do auxílio emergencial impulsionou o consumo.
Para o ruralista é fácil insinuar que o causador do problema é o campo. “Ao invés disso a apresentadora deveria protestar contra a insuportável carga tributária, o preço dos combustíveis, a infra-estrutura de transportes precária, o custo de produção, a baixa lucratividade do campo, enfim. Ou, pelo menos enxergar sem preconceitos o trabalho do homem do campo, que enfrenta lá na lavoura um inimigo quase tão implacável quanto a mídia desinformada: o tempo e suas variações”, dispara Jonatan.
“No próximo protesto a sugestão é que a apresentadora coloque uma melancia na cabeça, vai dar mais visibilidade para o programa dela que além da baixa audiência ainda sofre com a péssima qualidade do que é exibido”, finaliza.