O secretário de Estado da Agricultura de Minas Gerais, Gilman Viana Rodrigues, informou na sexta-feira (22), por meio de sua assessoria de imprensa, que Minas Gerais e outros 15 Estados, além do Distrito Federal, têm condições de exportar carne bovina para a China após o reconhecimento de que estão livres de febre aftosa. As compras dessas regiões foram restringidas em 2005, após a descoberta de focos da doença em Mato Grosso do Sul.
Além de Minas Gerais, os estados do Acre, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, São Paulo, Santa Catarina, Sergipe, Tocantins e o Distrito Federal foram reconhecidos como livres da doença.
No caso do Pará, o reconhecimento se aplica apenas ao sul do Estado. E nos casos de Mato Grosso do Sul, Rondônia e Bahia, o reconhecimento não inclui as áreas, nesses Estados, que são consideradas zonas de monitoramento e isolamento.
De acordo com as informações, o secretário foi comunicado pela embaixada do Brasil em Pequim, por meio de um documento assinado pelo embaixador Cláudio Hugueney, sobre o reconhecimento pelas autoridades chinesas destes Estados como áreas livres de aftosa, segundo os critérios da OIE (Organização Internacional de Saúde Animal).
Para retomar as exportações para aquele país, porém, os frigoríficos interessados terão que ser aprovados individualmente pela CNCA (Administração Nacional de Certificação e Acreditação da China), após apresentarem um conjunto de informações técnicas e documentos.
A documentação terá que ser encaminhada ao Ministério de Agricultura que, após análise, irá enviar as informações à CNCA. Se os documentos forem considerados satisfatórios, o estabelecimento poderá ser credenciado imediatamente ou ainda passar por uma inspeção por autoridades sanitárias chinesas.
A expectativa é de que a participação da China como um dos principais destinos das exportações do agronegócio brasileiro aumente. Em Minas, segundo a secretaria, pelos cinco frigoríficos estariam em condições de serem credenciadas pela China.
Comércio bilateral - Nos primeiros seis meses de 2009, de acordo com os dados divulgados, a China importou 6 mil toneladas de carne bovina, principalmente congelada. As poucas plantas frigoríficas brasileiras que mantiveram a autorização para exportar foram responsáveis por apenas 412 toneladas, menos de 7% do total.
Não houve compras de frigoríficos instalados em Minas, apesar de o Estado estar há 13 anos sem registrar focos de febre aftosa em seu rebanho. Em 2008, as importações chinesas do produto somaram 4,4 mil toneladas. O Brasil contribuiu com menos de 1% dos embarques. Os principais fornecedores para o mercado chinês naquele ano foram Austrália, Uruguai e Nova Zelândia.
No comunicado do embaixador brasileiro, conforme a secretaria, o reconhecimento foi considerado importante, dada a elevação do padrão de vida da população chinesa e o rápido crescimento do consumo de carne bovina.