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BOI GORDO

Chegada do frio tira boiadas gordas das fazendas e reacende "fantasma" de baixa nos preços da arroba

Nesta sexta-feira (27/6), 5 das 17 regiões monitoradas pela Agrifatto (SP, MS, MT, PR e SC) registraram desvalorização nas cotações

30 junho 2025 - 14h26Por Portal DBO
Chegada do frio tira boiadas gordas das fazendas e reacende "fantasma" de baixa nos preços da arroba

A frente fria que se intensificou no meio da semana nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil resultou em maior disponibilidades de animais ao abate, relatam as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário. Diante do aumento da oferta, os preços da arroba do boi gordo recuaram nesta sexta-feira (27/6) em algumas praças brasileiras, conforme apuração da Agrifatto.

“Cinco das 17 regiões com monitoramento diário registraram leve desvalorização (SP, MS, MT, PR e SC); nas demais, as cotações da arroba ficaram estáveis”, informa a consultoria em boletim diário enviado aos assinantes.

Pelos dados da Agrifatto, agora o animal gordo “comum” vale R$ 310/@ na praça de São Paulo, enquanto o “boi-China” é negociado por R$ 320/@.

Segundo ressalta a Scot Consultoria, a oferta de bovinos aumentou nos últimos dias e a venda de carnes apresentou sinais de piora para o mercado interno, refletindo o esgotamento dos salários recebidos no começo do mês.

“Alguns frigoríficos estão fora das compras e vão aguardar os resultados das vendas deste fim de semana para prosseguirem com os negócios”, relata a Scot em seu informativo diário entregue nesta sexta-feira aos assinantes.

Pelos dados da Scot, a arroba do boi gordo “comum” continua valendo R$ 313 no mercado paulista, R$ 5/@ a menos do o valor de balcão do “boi-China” (R$ 318/@). Na quinta-feira (26/6), a Scot apontou queda de R$ 2/@ no preço do animal abatido em São Paulo, refletindo justamente o aumento da oferta de lotes prontos.

O analista Felipe Fabbri, da Scot, lembra que o câmbio atual – que atingiu o menor nível de 2025 – tem colaborado para que as margens, em reais, dos frigoríficos exportadores não avançassem tanto. “Apesar disto, o viés de baixa demonstra pouca força – mesmo com um câmbio no menor valor”, observa Fabbri.

No mercado interno, ressalta o analista, o escoamento de carne bovina segue lento, mas as exportações da proteína in natura brasileira continuam em ritmo forte.

Além disso, os preços da carne bovina brasileira, em dólares, bateram, nesta parcial de junho/25, as máximas dos últimos 12 meses, atingindo US$ 5,4 mil/tonelada, um avanço de 21,5% sobre a cotação média de junho/24.

Até a terceira semana do mês, o Brasil exportou 168,8 mil toneladas de carne bovina in natura, com embarques diários 25,3% superior ao registrado em junho/24.

Do lado da oferta, diz Fabbri, ela aparenta não chegar em volume expressivo às indústrias. “Considerando os dados de abate sob Sistema de Inspeção Federal (SIF), até o dia 26 de junho, em relação ao mesmo período em maio/25, houve diminuição no abate de bovinos”, informa o analista da Scot.

Na avaliação de Fabbri, com a proximidade da virada de mês, o escoamento doméstico de carne bovina deverá ganhar força, enquanto a exportação deve se manter acelerada. Além disso, continua ele, com um contexto geopolítico incerto, há espaço para um câmbio mais elevado.

Futuros em baixa

No mercado futuro, os contratos do boi gordo registraram a terceira queda consecutiva na sessão de quinta-feira (26/6) da B3.

O papel com vencimento em outubro/25 (pico da entressafra) foi negociado a R$ 334,75/@, com baixa de 0,45% em comparação ao fechamento anterior.