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Brasil e Colômbia assinam acordo de intercâmbio de embriões Brahman

25 outubro 2010 - 00h00Por Assessoria

No Congresso Mundial da Raça Brahman, na última sexta (22), em Uberaba (MG), foi selado um acordo histórico para a raça Brahman. Trata-se da assinatura oficial do primeiro contrato de intercâmbio comercial entre Brasil e Colômbia, para a importação de embriões dessa raça. 

A iniciativa é do criador João Leopoldino Neto, do Brahman Canaã, e de Julio Olaya, representante de vários criadores colombianos. Na primeira fase, está prevista a exportação de 300 embriões, para uma produção inicial de 100 prenhezes. A previsão de chegada desse material genético ao Brasil é no primeiro semestre de 2011.

O objetivo do intercâmbio é oferecer aos criadores brasileiros novas alternativas de pedigrees para os acasalamentos da raça, com o aval da tradição do Brahman colombiano, reconhecido no mundo pela qualidade. “Essas linhagens vão ampliar o leque de opções genéticas do Brahman no Brasil”, afirma o cônsul comercial e diretor da Proexport Colômbia, Carlos Rodríguez.

A parceria atual foi estabelecida com base em um planejamento concreto. Até o momento, já foram selecionadas as doadoras e os acasalamentos. Também estão sendo realizados os exames pré-quarentena para determinar se estão aptas a exportar os embriões Brahman para o Brasil.

Em contrapartida, existe ainda a possibilidade de levar genética Brahman do Brasil para a Colômbia, uma vez que o País já possui touros destacados em seu rebanho.

O protocolo bilateral entre os dois países, para a comercialização de material genético de raças zebuínas, começou a ser negociado em 2006, entrando em vigor em 2008. Pelo acordo, o Brasil pode importar sêmen e embriões (incluindo os da raça Brahman) e, por outro lado, exportar material genético para a Colômbia, onde os criadores têm mostrado preferência pelo Gir Leiteiro e Guzerá.

A assinatura do contrato representa um marco para os dois países que há muito tempo tentam concretizar um acordo para tornar viável o comércio de material genético do Brahman. Também abrirá caminho para outros acordos, segundo Rodríguez.

Durante o Congresso Mundial do Brahman acontecerá outro fato inédito na raça. Pela primeira vez, estarão disponíveis para comercialização, no Leilão de Touros (dia 23/10, às 13h00), lotes de 30 doses de sêmen do touro Brahman JPS Nerú Manso 005/D5. O reprodutor pertence à JPS Ganadería, da criadora colombiana Martha Elena Quiros González, que há dois anos está trabalhando para se adequar às normas sanitárias para exportar genética para o Brasil.

A genética Brahman colombiana está presente em alguns rebanhos brasileiros, por conta da importação de gado vivo em pé, que chegou ao País em 1998. Ao todo, foram 36 animais vindos dos criatórios El Puente, Gancebú, Cocorilla e Las Tinajas. Desse primeiro lote, os descendentes que mais se destacaram foram Tinajas Seneca, Tinajas Madison e IPC Glória. Ainda hoje, existem alguns exemplares dessas linhagens no Brasil.

Referência mundial.A Colômbia é um dos principais produtores de Brahman do mundo. Do rebanho total do país, estimado em 23 milhões de cabeças (de gado de corte e leiteiro), 50% são animais Brahman comerciais e 85% têm sangue Brahman, segundo Fabio Jaramillo, presidente da Associação Latino-Americana da Raça Brahman e presidente Mundial da Ficebú (Federação Internacional dos Criadores de Gado Zebu).

“Pelo menos 98% do rebanho colombiano é criado a campo”, afirma, ressaltando a competitividade da raça que, em sua opinião, é a única rentável para o produtor do país.

O rebanho Brahman colombiano tem mais de 50 anos, é formado por linhagens próprias e se destaca pela genética bem desenvolvida. Isso porque os criadores da raça sempre tiveram como foco a produção de animais top, de alto nível.

“Há mais de 15 anos, o registro de Brahman PO na Colômbia tem superado a marca de 40 mil animais por ano, bem à frente da Austrália, na segunda posição, com 23 mil, e dos Estados Unidos, berço da raça, com 7 mil registros anuais”, compara Jaramillo enfatizando que nos últimos três anos o país já vem registrando mais de 50 mil animais.