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MERCADO

Boi gordo: cotações recuam em praças pecuárias com o menor apetite dos frigoríficos

Pecuaristas se mostram reticentes em negociar boiadas, mas, em algumas regiões, negócios são efetivados a preços menores nesta semana

29 setembro 2021 - 09h55Por DBO Rural

Sem sinal de retorno das compras de carne bovina brasileira pelos chineses, a oferta de animais terminados cresceu nos Estados confinadores, o que resultou em queda de preços da arroba em algumas praças importantes do País, informam as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário. Nas regiões de São Paulo, os frigoríficos abriram as compras desta terça-feira, 28 de setembro, derrubando a cotação em R$ 5/@ para o boi gordo e R$ 4/@ para vaca e novilha gordas, informa a Scot Consultoria.

Dessa maneira, o macho terminado está sendo negociado nas praças paulistas por R$ 297/@, enquanto a vaca e a novilha prontas para abater valem, respectivamente, R$ 277/@ e R$ 295/@ (preços brutos e a prazo), de acordo com dados da Scot. Segundo apurou a IHS Markit, há relatos de novas paralisações de unidade de abate no Centro-Sul do Brasil, de plantas que estão optando por dar férias coletivas depois do silêncio da China em relação ao retorno dos embarques ao mercado asiático, paralisados voluntariamente pelo governo brasileiro (conforme acordo bilateral entre os países) em 4 de setembro, após a confirmação de dois casos atípicos de "vaca louca" (Encefalopatia Espongiforme Bovina-EEB) no Brasil (em Minas Gerais e no Mato Grosso).

"Nesta terça-feira, o volume de negociações realizadas no mercado físico do boi gordo foi praticamente nulo", dizem os consultores da IHS Markit. Diante da menor procura por animais terminados, a especulação baixista voltou a ganhar força em algumas praças pecuárias do País, aponta a IHS, acrescentando que algumas unidades frigoríficas resolveram postergar os abates, "o que permitiu remanejar as escalas e gerar uma programação virtualmente mais confortável, sem necessidade de compras de maior urgência".

Levantamento diário da IHS detectou ajustes negativos nas indicações de compra nos Estados das regiões Centro-Oeste e Sudeste. No Mato Grosso do Sul, mais uma planta entrou em férias coletiva e deve retornar ao mercado apenas depois do dia 7 de outubro, fato que trouxe pressão baixista nos preços locais, informa a IHS. Nas praças do Mato Grosso e de Goiás, as escalas de abate estão prontas até meados da próxima semana, o que afastou grande parte das indústrias das compras e fragilizou os preços, acrescenta a consultoria.

Em São Paulo e Minas Gerais, relata a IHS, há unidade de abate que sinalizam valores abaixo das máximas vigentes no mercado do boi gordo, mas ainda sem registro de negócios significativos. Nas praças das regiões Norte e Nordeste do Brasil, o ambiente se mostrou mais volátil. "Muitas unidades estão fora das compras no Pará, Bahia e Maranhão, por possuírem escalas prontas até o final da próxima semana", relata a IHS.

Por sua vez, nos Estados de Tocantins e Rondônia, os preços da arroba se mostraram aparentemente mais firmes. Em Rondônia, por exemplo, as indústrias operaram com escalas de abate para amanhã, o que possibilita suporte aos preços da arroba do boi gordo, informa a IHS. Nesta semana, foi divulgado ao mercado que o frigorifico Marfrig da cidade Ji-Paraná, em RO, fechou as portas.

Não houve nota oficial da empresa indicado o motivo do fechamento dessa unidade, mas, na visão a IHS, essa iniciativa está relacionada com a atual escassez de boiada gorda no mercado e ao embargo às exportações de carne bovina. "Estima-se que um terço da produção de carne do estado de Rondônia tem o mercado externo como principal destino", diz a IHS, acrescentando que "a perda temporária desse agente traz severos efeitos operacionais frente aos atuais preços da arroba".

No atacado, os preços dos principais cortes bovinos, bem como do sebo e couro industrial, permaneceram estáveis nesta terça-feira. Embora o fluxo das vendas da proteína continue irregular, a ausência de maiores excedentes do produto limita a especulação baixista imposta por distribuidores e varejistas. A paralisação dos abates por parte de algumas plantas frigoríficas não permitiu a formação de grandes excedentes de carne bovina. "Mas o mercado segue preocupado com a situação de mercadoria nos portos e aguarda uma resolução quanto ao retorno das vendas à China", relata a IHS.