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BOI GORDO

Batalha entre indústrias e pecuaristas reduz ritmo de negócios e faz arroba andar de lado

"É importante que os produtores estejam preparados para o período de seca que se aproxima", alerta a Agrifatto

16 abril 2024 - 07h31Por DBO Rural

No mercado físico do boi gordo, a batalha entre frigoríficos e pecuaristas se manteve ontem (15/4), reduzindo ainda mais as negociações, que tradicionalmente já são bem fracas no primeiro dia da semana.

Com isso, os preços da arroba ficaram estáveis na maioria absoluta das praças brasileiras, conforme levantamento das consultorias que acompanham diariamente o setor peucário.

Pelos dados apurados pela Scot Consultoria, no Estado de São Paulo, as cotações do macho não sofrem alterações há 10 dias úteis, enquanto os preços da  vaca gorda e do “boi China” apresentam estabilidade há 30 dias.

Dessa maneira, segundo a Scot, o boi gordo “comum” segue negociado por R$ 227/@ no mercado paulista. Por duz vez, a vaca e a novilha gordas são vendidas por R$ 205/@ e R$ 220/@.

O “boi-China” (padrão-exportação – abatido com até 30 meses de idade) vale R$ 235/@ em SP, com ágio de R$ 8/@ sobre a arroba do animal destinado ao mercado doméstico.

De acordo com a Agrifatto, o encerramento da última semana, não houve indícios de pressão de baixa sobre o valor da arroba e o mercado físico operou com serenidade.

“O ritmo das negociações permaneceu moderado; as transações ocorrem em volume apenas o suficiente para sustentar as programações em nove abates, na média nacional”, relata a consultoria.

Nesse contexto, o mês de abril tem sido caracterizado pela estabilidade da arroba na maioria das regiões produtoras monitoradas, reforçam os analistas.

Segundo a Agrifatto, os abates de bovinos realizados em março/24 recuaram 3% em comparação com fevereiro – a queda é atribuída à melhoria das condições nutricionais das pastagens naturais, favorecidas pelo período chuvoso das últimas semanas. “Isso proporcionou aos produtores uma maior capacidade de retenção dos animais no pasto”, observa  a consultoria.

No entanto, pensando daqui para frente, os analistas da Agrifatto recomendam cautela e um plano de ação aos pecuaristas.

“A transição entre a safra e a entressafra geralmente reduz essa capacidade de retenção, aumentando a desova de animais prontos e, consequentemente, elevando a possibilidade de queda nos preços do animal terminado”, alertam os consultores, acrescentando: “A seca é soberana e chegará, portanto é preciso reduzir a exposição ao risco”.

De acordo com a Agrifatto, o ágio proposto pelo mercado futuro para os próximos meses (em relação aos preços vigentes no mercado físico) já passa dos 3,7% (dados desta segunda-feira, 15 de abril, referente ao contrato com vencimento em julho/24.

“Diante do risco de que a seca traga mais oferta em um espaço curto de tempo, é importante se antecipar a essa possível maior oferta de animais ao mercado”, ressaltam os consultores.

Nesse sentido, a Agrifatto recomenda aos pecuaristas a comercialização antecipada (por meio de contratos de proteção de preços na B3) de até 50% dos animais que serão abatidos nos meses de maio, junho e julho deste ano, nos preços acima dos R$ 235/@.

Porém, na visão da Agrifatto, no curtíssimo prazo, as boas condições das pastagens ainda dão força para o pecuarista segurar um pouco a oferta, o que pode resultar em sustentação das cotações durante a semana. “Além disso, o mercado futuro segue apresentando melhores expectativas”, observam os analistas.