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Arrozeiros de Roraima arrendam terras para continuar plantio

15 abril 2010 - 00h00Por Portal da Amazônia.

Um ano após saírem da área indígena Raposa Serra do Sol, os arrozeiros passam por dificuldades para tentar manter a produção, devido à perda de mais da metade da área de plantio. Os incentivos prometidos como as terras e a indenização das benfeitorias ainda não chegaram até eles.

Com a queda da produção do arroz, devido à desocupação das terras em áreas indígenas, os arrozeiros tiveram que buscar alternativas para suprir a perda do plantio.

"Toda a minha produção reduziu a 48%,isto é, perdi 52% de plantio quando deixei a área indígena. Com isso, diminuí a plantação do arroz irrigado. E, agora, ficou difícil a nossa situação, porque onde tinha terras em abundância e de qualidade, ficou tudo dentro da Reserva Indígena", explica Nelson Itikawa, presidente da Associação dos Arrozeiros de Roraima.

Uma das alternativas encontradas por Itikawa foi o arrendamento de terras, que faz onerar ainda mais a produção do arroz, devido ao fato de ser necessário um preparo na terra, como uma pulverização, para fazer o plantio.

"Tem colegas que pararam de produzir em Roraima, para buscar outras regiões do País. Nossas terras do Estado têm poucos lugares para realizar os plantios", desabafa Itikawa.

O rizicultor Ivo Barili plantava 2 mil hectares, na área indígena Raposa Serra do Sol.Atualmente,produz apenas 500 hectares de arroz.Ele também alugou uma terra para continuar os trabalhos.

"Eu ainda espero as terras que prometeram para nós (rizicultores). A única forma que encontrei para continuar meu plantio foi arrendar outro local. O problema é que leva tempo, porque o local é inóspito, e é preciso abrir estradas, fazer drenagem, entre outros procedimentos. E, isto, leva dois anos. Para colher o produto, mais dois anos. E o custo é muito alto, sai mais caro que o terreno", esclarece Barili.

Na Raposa Serra do Sol eram duas safras por ano, o que não ocorre em outras áreas, devido ao fato de produzirem, somente, no verão. Arroz comprado de outros estados para manter a distribuição, funcionários demitidos e rizicultores que não conseguem manter a produção como antes. Este é o quadro da situação dos produtores de arroz do estado.